VITÓRIA NORDESTINA
Nossa região, embora com duradoura seca de água e de vergonha dos poderes constituídos, na verdade é um belo recanto de atrações naturais e pessoas alegres, simpáticas e acolhedoras!
É muito comum, embora injusto e perverso, alguns desavisados arrogantes de outras regiões, atribuírem o apelido de “paraíba” ao pessoal trabalhador, humilde, de poucas palavras e comunicativo do nosso nordeste.
De outra banda, verdadeiramente, fazem justiça ao atribuem aos nordestinos, o fato histórico de terem sido desbravadores determinados no planalto goiano, na preparação e construção da capital federal, Brasília, repaginados que foram como o codinome de candangos, os primeiros também a ficarem eternamente na capital federal.
O famoso “Êxodo Nordestino” foi muito além da preparação do campo para os nordestinos fincarem as edificações da Novacap, também levantando a agricultura da região central do Brasil, armados com a enxada, ciscador, pá e carrinho de mão…
O inimitável poeta Patativa do Assaré, homem inteligente, ensina a todo mundo: “é melhor escrever errado a coisa certa do que escrever certa a coisa errada” desabrochando a cultura nordestina, a quem interessar possa…
Mas tem sido no futebol que a galhofa dos grandes centros, sempre tenta ridicularizar a força e determinação do povo corajoso. Em contrapartida, com exemplos vivos de ídolos futebolísticos desses tempos exemplificamos: Hulk paraibano do Zenit, Diego Costa sergipano do Atlético de Madrid, Pepe alagoano do Real Madrid, Rômulo piauiense do Spartak, Rafael cearense do Borusca, Hernanes pernambucano da Lazio e Dante baiano do Bayern de Munique. Sendo impossível fechar os olhos para não ver os craques da região.
Recentemente, a confusa Confederação Brasileira de Futebol, em meio a muita confusão, regionalizou campeonatos de várias séries do nosso alfabeto. Série D, por exemplo, participaram equipes arrojadas como Botafogo da Paraíba, Sergipe, CSA de Alagoas, Tiradentes de Fortaleza, Central de Caruaru, Salgueiro de Pernambuco, Juazeirense da Bahia do e os bravos gaúchos do Juventude que vieram ao nordeste para decidirem o campeonato.
Coube ao meu querido Botafogo da estrela vermelha, no afunilar da competição, fosse aos pampas desafiar o Juventude de Caxias, time que já estivera até no primeiro grupo do futebol brasileiro. A chuva não me entusiasmou para ver pessoalmente os 2 x 1 dos gaúchos sobrando à finalíssima para o estádio Almeidão, em João Pessoa.
Uma festa esportiva com mais de vinte e dois mil torcedores no estádio José Américo de Almeida, em João Pessoa, o Botafogo-PB logo abriu o placar e, no final do segundo tempo, chancelou o título de campeão deixando os torcedores em incontido delírio!
A estrela solitária vermelha da Paraíba brilhou no mais alto dos céus nordestinos, a mostrar o destemor e a inteligência da nossa gente querida, para quem o imortal Euclides da Cunha predisse: “o sertanejo é antes de tudo um forte”. E é mesmo.
(*) Advogado e desembargador aposentado
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