JOGO DISPUTADO E A PRIMEIRA VIRADA
O jogo começou quente, com duas roubadas de bola logo nos primeiros segundos. Primeiro o Espectros roubou a bola do Crocodiles a 15 jardas de conseguir o seu primeiro touchdown. Mas, na tentativa dos donos da casa de abrirem o placar, os paranaenses conseguiram roubar a bola de volta. Alternando passes e corridas, o Croco foi avançando bem para cima dos Fantasmas. E a menos de três minutos para o fim do primeiro quarto, Gustavo Zanini correu 35 jardas e, duas jogadas depois, Lucas Mullet marcou o primeiro touchdown da partida, colocando o Croco à frente no placar. E com Adan convertendo o ponto extra, os paranaenses abriram 7 a 0. O Crocodiles seguiu em cima, com o Espectros sem conseguir evoluir, sequer passando da linha de meio de campo.
E essa tônica de jogo seguiu até a metade do segundo quarto. Foi quando o time da casa melhorou em campo. Foi mais para cima. Passou a acertar passes e conseguir boas corridas. Até que Rodrigo Dantas conseguiu um excelente lançamento para Rodrigo Massu, que marcou o primeiro TD do Espectros. Com o ponto extra convertido por Diego Aranha, os donos da casa deixaram tudo igual no placar. O jogo se acirrava. E ganhou contornos de drama quando, ainda antes do intervalo, Diego Aranha chutou da linha de 26 jardas, conseguiu um field goal, somando mais três pontos para os Fantasmas, que chegaram a sua primeira virada no jogo e passaram à frente: 10 a 7 ao fim do primeiro tempo.
MAIS VIRADAS, “EU ACREDITO” E TÍTULO INÉDITO
O jogo já estava emocionante. Mas nada suficiente ao ponto de fazer os torcedores previrem o que estava por vir. E o Crocodiles tratou de dificultar em muito a vida do Espectros. Tanto que logo no início do terceiro quarto, voltou a ficar à frente no placar. Numa corrida imparável, Marcos Rocha avançou 50 jardas pela lateral e marcou o segundo TD do Croco, que ainda converteu o ponto extra e virou para 14 a 10. Foi com esse placar que a final foi para o seu quarto, derradeiro e mais eletrizante ato.
Coube a Rodrigo Dantas repetir o feito do primeiro TD do Espectros. Em mais um excelente lançamento do quarterback fantasma, foi a vez de Vitor Ramalho receber e anotar o segundo TD do time na final e virar o jogo pela segunda vez para a sua equipe. Mas na sequência os donos da casa desperdiçaram o ponto extra, o placar se manteve em 16 a 14 para os Fantasmas, e a tensão foi aumentando. Gradativamente.
Ficaram reservados para o último minuto, ainda, mais viradas. Mais emoção. O Crocodiles tinha a posse de bola e precisava avançar forte para buscar o título. E o time paranaense foi forte. Tanto quanto pôde. Foi guerreiro. Buscou mais um TD. Conseguiu. Virou para 20 a 16. E como que para confirmar que seria tricampeão pelo terceiro ano seguido, conseguiu não apenas um, mas dois pontos extras. Abriu 22 a 16. Seis pontos de vantagem. A menos de um minuto do fim do jogo. Era o tempo que o Espectros teria para buscar a virada. A mais importante do domingo.
Foi aí que a torcida paraibana entrou na partida. Ora gritando enlouquecidamente, ora fazendo silêncio absoluto. Até chegar no empolgante grito de “Eu acredito”, quando o time ainda estava atrás no placar. O Espectros tinha a bola. A chance – única e última – de ir à frente. Precisava de um touchdown para empatar e levar o jogo para a prorrogação. Se conseguisse o ponto extra em seguida, fatalmente seria campeão brasileiro. Cada passo no seu momento. Da marca das 50 jardas, o time chegou à condição de 17 jardas distante da end zone. E eis que, no último segundo, Diego Nascimento conseguiu o que era preciso. TD do Espectros: 22 a 22 no placar. Explosão nas arquibancadas. Mas havia ainda a chance do ponto extra. Um último ato. Um último choque de emoção dos torcedores. Diego Aranha foi para o chute. Impecável. Não haveria prorrogação. Haveria festa. Choro. Grito de “campeão!”. Dessa vez do Espectros. Agora um time do tamanho do Brasil.