Publicado em: 17 mar 2015

Sucessor de Nestor Cerveró tem € 10 milhões bloqueados

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Zelada teve 10 milhões de euros bloqueados por autoridades do Principado de Mônaco, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF).

Zelada foi o sucessor de Nestor Cerveró, um dos suspeitos de participação do esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro da Petrobras desvendado pela Operação Lava Jato. Zelada comandou o setor entre 2008 e 2012.

Apesar de não haver denúncia contra Zelada, o MPF afirmou nesta terça-feira (17) que considera a informação importante e que vai investigar a origem do dinheiro.

Ainda de acordo com o MPF, a simples existência de valores depositados em uma conta do exterior, mesmo que é imcompatível com a renda do proprietário, não constitui crime. Além disso, diferentemente dos demais diretores da Petrobras investigados pela Operação Lava Jato, não há provas suficientes para embasar uma denúncia contra Zelada.

O nome do ex-diretor apareceu nas investigações a partir de delações premiadas de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Serviço e Refino e Abastecimento, e do ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco.

Segundo Costa, os diretores dessas áreas “sabiam e participavam do processo, se beneficiando das vantagens indevidas”.

Barusco, por sua vez, mencionou Zelada ao explicitar a mediação de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, no esquema de pagamento de propina.

De acordo com Barusco, “algumas vezes Jorge Luiz Zelada participou” de reuniões sobre o pagamento de propina que seria destinado a partidos políticos.

Logo após o nome de Zelada ser envolvido no esquema, o advogado dele Eduardo de Moraes afirmou que o cliente jamais recebeu recursos financeiros de Pedro Barusco. Segundo o jurista, são “inverídicas” as referências ao nome de Zelada nos depoimentos do ex-gerente da Petrobras.

Combate a corrupção
O procurador da República Deltan Dallagnol afirmou nesta segunda-feira (16), durante a apresentação de denúncia contra acusados de crimes investigados pela Operação Lava Jato, que o sistema de Justiça criminal do Brasil precisa ser aperfeiçoado.

Segundo o procurador, o Ministério Público Federal (MPF) deve apresentar na quinta-feira (19) uma série de medidas para tornar a punição de crimes de corrupção mais efetiva. “Hoje a corrupção é um crime de baixo risco, se nós queremos combater de forma efetiva a corrupção, nós devemos transformá-la num crime de alto risco”, afirmou procurador

Um ano de Lava Jato
A Operação Lava Jato completa nesta terça-feira (17) um ano desde que a Polícia Federal (PF) fez as primeiras prisões em um posto de gasolina no Distrito Federal. Os primeiros 81 mandados de busca e apreensão de então resultariam na maior operação contra corrupção já deflagrada no país, que investiga um esquema de desvio de recursos da Petrobras, movimentando R$ 10 bilhões.

Em suas 10 fases até o momento, a PF já cumpriu mais de 350 mandados de prisões preventivas, temporárias, busca e apreensão e condução coercitiva (quando o investigado é levado a depor).

Ao todo, 22 pessoas estão presas – a maioria está na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

As prisões mais recentes ocorreram na segunda-feira, quando a PF cumpriu 18 mandados judiciais. Entre os detidos está Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras. Ele e o tesoureiro do PT João Vaccari Neto foram denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro.

A atuação da polícia culminou na abertura de 19 ações penais que tramitam contra 82 réus na Justiça Federal do Paraná, além de cinco ações civis públicas contra as empreiteiras acusadas de cobrar propina da estatal. São alvo as empreiteiras Camargo Corrêa, Sanko-Sider, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia e Engevix. Onze réus já foram condenados e recorreram.

Arte 1 ano de Lava Jato (Foto: Editoria de Arte/G1)

Portal do Litoral PB

Com G1



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