Socioeducandos do CSE expõem desenhos com temáticas discutidas em sala de aula
Os desenhos dos socioeducandos criados a partir de temáticas discutidas em disciplinas eletivas – aquelas que não fazem parte do currículo, mas que aprofundam e enriquecem os conteúdos e temas trabalhados nas demais disciplinas – estão fazendo parte da exposição “Telas de Paz”, montada pela Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente ‘Alice de Almeida’ (Fundac), por meio da Escola Cidadã Integral Almirante Saldanha, no Centro Socioeducativo Edson Mota (CSE). A exposição abriga três temáticas que refletem a compreensão deles sobre direitos humanos, a África que existe em nós e os índios como os verdadeiros donos da terra.
No primeiro módulo da disciplina eletiva os alunos buscaram apresentar a Declaração Universal dos Direitos Humanos por meio de obras artísticas em que intitularam de “Humanizarte: São Seus direitos”; no segundo, trabalharam a valorização da cultura negra e o combate ao racismo e preconceito com desenhos retratando a “África em nós: Viva a cultura negra!” e o terceiro módulo chama a atenção para a cultura dos povos indígenas e o combate ao racismo e preconceito bem como as violências sofridas pelos povos originários da nossa Terra com a exposição “Todo dia é dia de índio: Um salve aos verdadeiros donos da terra”.
Para C.S.L.S, aluno do ciclo IV, “falar de paz é bem legal porque todo mundo quer paz e, além disso, gostei de aprender sobre meus direitos que ainda não conhecia”, comentou sobre a eletiva “Humanizarte: São Seus direitos”. U.O. M., também aluno do ciclo IV, que é índio, disse que é muito importante falar da cultura indígena porque ele já passou por alguns preconceitos por ser indígena. “Fiquei muito feliz por trabalhar esse tema”, disse sobre a eletiva “Todo Dia é Dia de Índio: Um Salve aos Verdadeiros Donos da Terra”. A.M.N., também aluno do ciclo IV, observou que “é triste ver o que o negro sofre de preconceito no Brasil. O racismo é burrice, precisamos acabar com o preconceito mesmo porque o preconceito não tá com nada”.
Segundo o professor de Artes e coordenador da disciplina eletiva, Luciano Medeiros, nas três temáticas o aluno pôde refletir sobre direitos humanos e cultura de paz no ambiente escolar e encheu as paredes da unidade de arte reflexiva “querendo, quem sabe um dia, conseguir construir um ambiente onde reine o respeito em toda a esfera terrestre”.
Ele informou que na exposição ‘Humanizarte: São Seus Direitos’ os alunos trabalharam com a cultura de paz por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos. “Nesse módulo, eles buscaram construir, através da arte e outras disciplinas, transformar alguns artigos da declaração em obra de arte com o intuito de fazer com que as pessoas que olhem as obras conheçam um pouco dessa carta universal dos direitos humanos que é tão importante para a nossa sociedade”, explicou.
Na exposição “África em Nós: Viva a Cultura Negra!”, os socioeducandos buscaram, por meio da cultura negra, a tela diversidade. Também confeccionaram máscaras africanas que refletiam sobre a importância do povo negro na formação do povo brasileiro criando ambientes de respeito e de combate à violência, preconceito e racismo.
E a exposição “Todo Dia é Dia de Índio: Um Salve aos Verdadeiros Donos da Terra”, os professores trabalharam com a cultura indígena, estimulando os socioeducandos na criação de telas da diversidade com o objetivo de quebrar o preconceito a essa parcela da população brasileira e, ao mesmo tempo, chamando a atenção para a violência que os índios brasileiros vêm sofrendo nos últimos anos.
Valorizando as produções – A diretora da ECIS, Tatiana Pinangé, comentou que o fato dos alunos terem seus trabalhos expostos é de suma importância para a valorização das suas produções em sala de aula e “com isso contribuímos para a elevação da autoestima deles e fortalecemos a importância de uma cultura de paz, uma vez que as temáticas das telas são sempre voltadas para essa questão”, pontuou.
“Para a escola como um todo esse é mais um desafio encarado, pois conseguir toda essa produção de forma remota, tem sido um grande mérito dos professores”. Segundo Tatiana, esse já está sendo o primeiro passo para participarmos do festival de artes de direitos humanos promovido pelo instituto Auschwitz que fará no final do ano uma grande exposição com todas as escolas da rede estadual. Todas essas atividades contribuem para a ressocialização na perspectiva da reconstrução dos projetos de vidas dos estudantes”, ressaltou a diretora.
O trabalho encabeçado por Luciano Medeiros também contou com a colaboração dos professores Wênio Araújo (Artes), Gerlande Paiva (Artes), Inglith Conceição (Português) e Larissa Farias (Ciências e Projeto de vida) além do apoio de todo corpo de professores da Unidade CSE sob a coordenação de Rute Vieira.
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