Sem subsídio a cliente, sistema de transporte público pára, alerta vice-presidente da CNT
O setor de transporte público – um dos mais impactados pela pandemia da covid-19 – ainda tenta se recuperar do prejuízo acumulado no período de três anos, de R$ 36 bi, segundo dados da Associação Nacional de Transporte Público. “O setor realmente precisa se recuperar e a situação despertou a consciência de governadores e prefeitos, no sentido de que o transporte não pode ser pago só pelo cliente, fato já constatado há muitos anos pelo resto do mundo”, afirmou o vice-presidente da Confederação Nacional dos Transportes, Eudo Laranjeiras.
Ele lembrou que hoje no Brasil mais de 50 cidades entre capitais e cidades grandes do interior do sul do país já começaram a garantir esse subsídio e exemplificou a capital paulista, onde a passagem de São Paulo era para ser próximo de R$ 10 e o cliente paga R$ 4,70.
Melhor qualidade do serviço
“Apesar de vermos casos pipocando timidamente aqui e ali, ainda há uma dificuldade imensa para que os gestores enxerguem essa realidade que a pandemia nos fez ver de que se não subsidiarem, o sistema para e nesse contexto é colocada a discussão sobre uma melhor qualidade do serviço, que só pode ser dada pelo gestor público e não pelo cliente”, acrescentou.
Eudo espera que essa tendência se consolide, pois daqui por diante não terá alternativa melhor, após o importante apoio do governo federal de R$ 2,5 bi em 2022 e disse que os prefeitos vêm trabalhando muito para este ano saia R$ 5 bi para pagar as gratuidades dos idosos e das pessoas com deficiências físicas (PcD’s).
De quem é a responsabilidade
“Isso é muito relevante, mas não pode ir para as costas de quem paga a passagem, porém isso varia de gestão para gestão. Pernambuco deu no ano passado, mas o atual me parece que ainda não. Fortaleza vem dando, Natal não deu. A Paraíba mesmo que timidamente sim, enquanto que em Aracaju e Maceió fortemente tá subsidiando, o que evidencia a compreensão de que o transporte público é de responsabilidade do governo, que tem que botar o transporte para rodar e que se for só pagando por cliente, ele não vai rodar”, concluiu.
Passagem pela Paraíba
As declarações foram dadas durante o 3º Fórum dos Transportadores Autônomos de Cargas da Região Nordeste promovido pela Federação Interestadual dos Transportes Rodoviários Autônomos de Cargas e Bens da Região Nordeste no auditório da Asplan, em João Pessoa (PB).
Na ocasião, Eudo, que também é presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor), parabenizou o presidente da Fecone, Eduardo Oliveira, pela organização do evento e reunião da categoria após a pandemia. “Viemos prestigiar porque ele faz parte do nosso Conselho do Sest-Senat, entidade à qual essa categoria contribui e tem direito a usar os serviços oferecidos”, declarou.
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