Retroperspectiva: o resiliente mercado imobiliário em retrospectiva e perspectiva
“A resiliência do nosso setor é uma prova de sua força e organização. Somos fortes, destemidos e organizados.” A frase emblemática é do presidente do Sistema Cofeci-Creci, João Teodoro, ao analisar os últimos anos no mercado imobiliário brasileiro.
Para fazer suas reflexões, ele cunhou o termo “retroperspectiva” como uma nova forma de olhar para o setor, combinando uma análise crítica do passado com uma visão estratégica para o futuro.
Segundo JT, o neologismo reflete a dualidade de aprender com experiências passadas, como crises econômicas e a adaptação a novas tecnologias, enquanto se projeta um caminho otimista e inovador para os próximos anos.
Resiliência
O mercado imobiliário, ao longo dos últimos anos, tem demonstrado uma capacidade notável de adaptação e crescimento, superando desafios significativos e dando exemplo de resiliência e inovação, superando crises econômicas e políticas.
Em 2024, o setor resistiu a índices econômicos adversos, como a Selic e o IGPM, e, ainda assim, registrou um aumento de cerca de 20% nas vendas, conforme apontam inúmeras pesquisas recentes.
O ano de 2019 marcou o início de uma recuperação econômica significativa no Brasil, especialmente após o período recessivo anterior.
O mercado imobiliário destacou-se nesse cenário. Contudo, a pandemia global declarada em março de 2020 trouxe uma parada abrupta, desafiando todos os setores, inclusive o imobiliário.
Desde o impacto inicial da pandemia, o setor mostrou rápida adaptabilidade, reinventando-se por meio de tecnologias. Foi um desafio sem precedentes, lembra JT: “Foi um verdadeiro caos, mas a nossa reação foi imediata. Em menos de 24 horas, tivemos que nos reinventar.”
Reinvenção
Essa reinvenção envolveu o uso intensivo de tecnologia. Lives e visitas virtuais a imóveis permitiram que o setor mantivesse o ritmo de negócios, enquanto assinaturas eletrônicas facilitaram transações sem a necessidade de contato pessoal. “A tecnologia foi nossa aliada”, comenta, destacando a importância do SGR, um sistema moderno de gestão de documentos criado pelo Cofeci-Creci.
A modernização rápida e eficiente do setor resultou em uma recuperação impressionante, com as vendas retornando aos níveis de 2019 em apenas 60 dias após a queda inicial. Os anos seguintes, de 2021 a 2023, foram de crescimento contínuo, culminando em um 2024 que, mesmo sem balanços finais detalhados, já demonstra um aumento robusto nas vendas.
Mesmo com a Selic a 11,25% ao ano e o IPCA em 4,87%, o interesse dos consumidores não diminuiu. Segundo dados da Brain Inteligência Estratégica, cerca de 70% dos consumidores expressaram interesse em adquirir imóveis, o que demonstra a confiança no mercado.
De acordo com João Teodoro, as entidades do setor, lideradas pelo Cofeci-Creci, garantiram também um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) reduzido para vendas e locações, em contraste com o IVA geral.
Olhar para o futuro
A capacidade do mercado imobiliário de se adaptar e prosperar em tempos de incerteza econômica e política reflete uma estrutura sólida e um olhar atento para o futuro. “Quanto maior o obstáculo, maior a glória de vencê-lo”, conclui João Teodoro, citando o dramaturgo francês Molière, enquanto o setor se prepara para continuar sua trajetória de sucesso em 2025.
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