Publicado em: 7 out 2013

Reféns do MST detidos após invasão a assentamento na PB são liberados

20131006002954Os três homens detidos por trabalhadores do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), após invadirem o assentamento Wanderley Caixe em Caaporã, no Litoral Sul da Paraíba, foram libertados na madrugada deste domingo (6) após a chegada da Polícia Rodoviária Federal. De acordo com a coordenação do assentamento, os reféns foram liberados por volta de 0h30, quando uma equipe da PRF encaminhou o trio para o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, em João Pessoa.

Segundo informações do MST, a tumulto se formou por volta das 17h, quando os três homens, dois deles armados, invadiram o assentamento Wanderley Caixe em um carro preto, procurando pelos líderes do movimento. Diante da atitude suspeita, os próprios trabalhadores renderam os homens e os fizeram reféns.

A ação dos trabalhadores rurais sem-terra acabou mobilizando a Polícia Militar, que cercou o assentamento, após ser notificada que três pessoas tinham sido detidas na área do MST. As negociações para liberação dos três homens começaram por volta das 21h, quando a imprensa e pessoas ligadas aos pleitos do MST chegaram no assentamento.

Os detidos, ainda segundo o MST, são policiais militares de Pernambuco que foram contratados pelo de dono de uma usina da região para intimidar os acampados do Wanderley Caixe. Um deles é 3º sargento da PM de Pernambuco e os outros dois são soldados. O sargento é dono de uma empresa clandestina de segurança privada, a mesma empresa que estaria dando suporte ao usineiro da região, conforme afiram os trabalhadores rurais sem-terra de Caaporã.

Segundo a coordenadora do assentamento, Sílvia de Melo Oliveira, a área improdutiva ocupada pelo Wanderley Caixe pertence à usina e atualmente está sub júdice para ser inseridas no programa de Reforma Agrária do Governo Federal. “O deputado Luiz Couto [PT] já denunciou a ação de grupos de extermínio na região de Caaporã. Ações que muitas vezes tem policiais envolvidos. O episódio deste sábado é apenas mais um capítulo dessa história”, desabafou.

Os policiais militares que invadiram o acampamento devem ser ouvidos no GOE ainda na manhã deste domingo (6). Conforme a coordenação do assentamento Wanderley Caixe, mais de 1.300 famílias moram no local. Os trabalhadores aguardam a decisão da Justiça sobre a inclusão da terra ocupada no programa de Reforma Agrária.

 

G1




Acompanhe as notícias do Portal do Litoral PB pelas redes sociais: Facebook e Twitter

O que achou? Comente...