Rapaz supostamente morto pela mãe em São Paulo pode estar vivo, diz delegado
O delegado responsável pelas investigações do suposto assassinato de um morador de Terra Roxa (SP), Emerson Abade, afirma que é possível que o rapaz ainda esteja vivo. A mãe do jovem, uma lavradora de 52 anos, procurou a polícia em abril de 2016 para dizer que havia matado o próprio filho no ano de 2012. Ela disse ainda que havia enterrado os restos mortais dele no quintal de casa.
Suzi Amâncio Vieira afirmou à polícia que cometeu o homicídio porque era estuprada pelo jovem de 24 anos. A mãe diz não se arrepender do crime e explicou que nunca registrou um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do filho, Régis Custódio de Oliveira, porque ela contou a familiares que o rapaz estava viajando.
Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) divulgado nesta terça-feira (10) apontou que os ossos e dentes achados no quintal da casa da lavradora são de um cachorro. Suzi afirmou que teria matado o filho e queimado seus restos mortais antes de enterrar os fragmentos do corpo.
“Nós vamos ter que dedicar mais esforços na tentativa de encontrar esses fragmentos de ossos ou qualquer outro material corpóreo do Régis que possa permitir o exame de DNA ou então tentar encontrar onde ele se encontra se ele estiver vivo”, conta Abade.
Apesar disso, o delegado afirma que a mãe de Régis insiste na versão de que matou o próprio filho e diz que a lavradora não aparenta sinais de possuir algum tipo de desequilíbrio psicológico.
“Nós vamos fazer novas escavações na tentativa de encontrar vestígios que nos levem ao corpo do Régis. Também vamos ouvi-la novamente porque alguns pontos têm que ser esclarecidos após o resultado desse laudo na tentativa de verificar se ela vai apresentar uma versão contraditória em relação à primeira que ela nos apresentou”, explica.
A Polícia Civil deverá entrar em contato com outros órgãos para tentar averiguar e confirmar se Régis pode estar vivo e se está morando em algum outro município.
“A prioridade é encontrar o Régis. Existe a chance de ele estar vivo já que não encontramos o corpo. Nós vamos fazer algumas buscas junto a alguns órgãos para verificar se ele fez uso de algum serviço que possa nos levar ao local onde ele se encontra, se é que ele está vivo. Alguns dependem de autorização judicial para saber sobre eventuais movimentações financeiras e outros cadastros de movimentações que ele pode ter feito como cidadão comum”, conclui.
Confissão
A lavradora procurou a Polícia Civil em 12 de abril de 2016 para confessar que matou o próprio filho, queimou os ossos e enterrou os restos mortais no quintal de casa em Terra Roxa. A mulher disse ter cometido o crime em 9 de maio de 2012, quando tomava banho e foi surpreendida pelo jovem no banheiro com uma faca. Ela responde ao inquérito em liberdade porque não houve flagrante.
Suzi disse que era constantemente estuprada pelo jovem de 24 anos e que não registrou boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do filho porque havia contado a familiares que o rapaz estava viajando.
Durante escavação, investigadores encontraram fragmentos de ossos e dois dentes, além de pedaços de tecidos, que seriam das roupas usadas pelo rapaz. Os restos mortais foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para análise, mas o laudo apontou que se tratavam de fragmentos de um cão.
O delegado contou que a lavradora disse ter matado o filho com uma facada no pescoço dentro do banheiro, quando ele tentou estuprá-la. Em seguida, embalou o corpo em um cobertor e enterrou no quintal. Três meses depois, a mulher desenterrou e queimou os ossos também nos fundos da residência.
O delegado afirmou ainda que o jovem tinha antecedentes criminais e, de acordo com o relato da mãe, era usuário de drogas e misturava medicamentos controlados com bebidas alcoólicas, o que o deixava agressivo.
G1
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