Quase 80 executivos da Odebrecht vão delatar políticos
A delação do fim do mundo político está pronta para ser assinada: quase 80 executivos da Odebrecht vão delatar políticos. Fala-se em cerca de 200 nomes dos mais variados partidos.
Os advogados da Odebrecht já estão em Brasília para a assinatura dos acordos de delação premiada, a partir desta quinta (24). Eles representam 78 executivos, incluindo os donos da construtora, Emílio e Marcelo Odebrecht – pai e filho.
Essa é a delação mais temida entre os investigados na Lava Jato. E não é para menos. Nos depoimentos pré-delação, os executivos da Odebrecht citaram mais de 200 políticos de todos os grandes partidos. Esses acordos podem dobrar o tamanho da Lava Jato em relação a políticos com foro privilegiado. Agora, 29 deputados e 13 senadores são investigados no Supremo Tribunal Federal.
Após a assinatura do acordo, os executivos vão ser chamados para prestar os depoimentos oficiais. Eles precisam confirmar o que já disseram aos procuradores e apresentar provas sobre o que sabem do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato.
Depois o procurador-geral da república, Rodrigo Janot, vai enviar esse material ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, para que ele homologue as delações. O ministro também vai separar os trechos que citarem pessoas, políticos com e sem foro privilegiado e mandar para a procuradoria e para a primeira instância. Então, o Ministério Público vai definir quem será ou não denunciado à Justiça.
O que está emprerrando a assinatura do acordo dos executivos é o acordo de leniência da Odebrechet, uma espécie de delação premiada da empresa. A leniência também envolve os Estados Unidos, porque parte dos crimes foi cometida em obras fora do Brasil. O que os procuradores precisam acertar é quanto da multa a ser paga pela empresa – estimada em 2,5 bilhões de dólares – vai ficar no Brasil e quanto vai para os Estados Unidos.
Em nota, a Odebrechet afirma que não se manifesta sobre eventual negociação com a Justiça.
Jornal da Globo
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