Publicado em: 19 jan 2021

Projeto ‘Se Liga No Enem PPL’ prepara pessoas privadas de liberdade para provas em fevereiro

Para ajudar os estudantes privados de liberdade na preparação para o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), a Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT), em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), vai realizar um aulão para lançamento do projeto ‘Se Liga no Enem PPL – Educando para Liberdade’.  A ação acontece nesta terça-feira (19), a partir das 15h, no Presídio Padrão de Santa Rita.

O projeto é uma experiência inicial no campo da Educação em Presídios desenvolvida em 53 unidades prisionais no estado da Paraíba, que visa oferecer às pessoas privadas de liberdade (PPL) um material didático de estudos preparatório para o Enem. No total, 764 estudantes privados de liberdade – entre homens e mulheres – se inscreveram no Enem 2020.

Serão entregues apostilas com simulados, e a revisão desses simulados será on-line, realizada pelos professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Graciliano Ramos e pelos professores do Programa Se Liga no Enem, por meio de vídeoaulas, podcast, TV e rádio.

O secretário de Estado da Educação, Cláudio Furtado, destacou a importância da oportunidade de pessoas privadas de liberdade ingressarem no ensino superior. “O Governo da Paraíba tem encontrado várias formas de universalizar o ensino e as ferramentas para todas as comunidades. O lançamento do Se Liga No Enem PPL vai preparar a comunidade carcerária para o Exame, dando a eles oportunidade de acesso às universidades públicas, e assim ajudando no processo de ressocialização”, falou.

Já o secretário de Estado da Administração Penitenciária, Sérgio Fonseca de Souza, considera que são de suma importância os benefícios que terão essas mais de 760 pessoas que almejam cursar uma faculdade.  “O governador João Azevêdo tem dado total apoio visando beneficiar o maior número possível de apenados com alfabetização, ensino fundamental, ensino médio, culminando com o Enem PPL. Enfim, salas de aulas estão à espera dessas pessoas inscritas. Acreditamos que esse projeto piloto ‘Educando para a Liberdade’ atingirá seus objetivos”, ressaltou.

A coordenadora estadual de Educação nos Presídios, Eliane Aquino, conta que a iniciativa para a elaboração do projeto ‘Se Liga no Enem PPL – Educando para Liberdade’ surgiu a partir de pedido de aulas para o Enem dos próprios estudantes PPL. “A população carcerária quer a oportunidade de recomeçar a vida através dos estudos, e nós da SEECT, junto com a Seap, apoiamos esse interesse. Foi aí que pensamos em ampliar o Programa Se Liga No Enem, direcionando a eles”, disse.

A Educação nos presídios está no âmbito da Gerência Executiva da Educação de Jovens e Adultos (Geeja). De acordo com a gerente operacional da Geeja, Célia Varela, para a realização desse projeto piloto, um grupo de trabalho formado por professores do Se Liga no Enem e da Escola Estadual Graciliano Ramos, que atua nos presídios, prepara uma abordagem pedagógica contextualizada. “A perspectiva é de integração social na inclusão e equidade para o acesso ao ensino superior, uma oportunidade gerada pelo conhecimento na esperança de ver uma sociedade transformada”, observou.

As provas para pessoas privadas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa serão realizadas nos dias 23 e 24 de fevereiro de 2021, nas próprias unidades prisionais ou socioeducativas. O conteúdo tem o mesmo nível de dificuldade do exame tradicional e conta com 180 questões objetivas divididas em Linguagens e Códigos, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática, além da Redação.

Enem PPL – O Enem PPL avalia o desempenho do participante que concluiu o ensino médio e, a partir de critérios utilizados pelo Ministério da Educação (MEC), permite o acesso ao ensino superior por meio de programas como Sisu, Prouni e Fies. Além disso, contribui para elevar a escolaridade da população prisional brasileira.

O exame é aplicado desde 2010 pelo Inep, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). O número crescente de participantes revela o sucesso da iniciativa, possível pela parceria do MEC e do Inep com as secretarias estaduais de Segurança Pública, de Administração Penitenciária, de Direitos Humanos e de Educação.




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