Projeto de saúde mental ajuda colaboradores do HU da Capital a enfrentar período de pandemia
O dia a dia dos profissionais de saúde não é o mesmo. A rotina desses guerreiros, em todo o mundo, mudou muito com a pandemia provocada pelo novo coronavírus. No Hospital Universitário Lauro Wanderley, o cenário não é diferente. Pensando em ajudar os colaboradores que estão atuando no enfrentamento à Covid-19 a lidar com este momento difícil, o Ambulatório de Psiquiatria do HULW passou a oferecer teleatendimento em saúde mental.
O suporte é realizado de forma virtual, no entanto, a proposta é ofertar uma assistência real a esses profissionais, que estão diante do que se pode chamar de maior desafio de suas carreiras. Para participar, basta dispor de um dispositivo – seja tablet, celular ou computador – com webcam e acesso à internet.
Para solicitar o atendimento, é necessário preencher o formulário disponível no endereço eletrônico https://forms.gle/RWw1jjazRKMjYPQZ8. O servidor precisa preencher todas as informações solicitadas no documento, a fim de garantir o agendamento. Depois, é só aguardar o agendamento e a realização do teleatendimento, que se dará em até 48 horas.
A secretaria administrativa do ambulatório fará o agendamento através de e-mail e o atendimento será on-line através da plataforma previamente escolhida pelo interessado (zoom, skype), e realizado por uma equipe devidamente treinada no protocolo montado.
“Após esse passo, a equipe multiprofissional de retaguarda poderá definir a necessidade de um teleatendimento com um psiquiatra ou, em alguns casos, agendamento para atendimento presencial (seguindo os requisitos de segurança necessários)”, detalhou o médico psiquiatra e chefe do Ambulatório de Psiquiatria do HULW, Roberto Mendes.
Até o momento, estão envolvidos no projeto a equipe de profissionais do Ambulatório de Psiquiatria – como médicos psiquiatras, enfermeiras, psicóloga e terapeuta ocupacional – e médicos residentes do Programa de Residência em Psiquiatria do HULW.
“A iniciativa partiu do próprio corpo clínico do Ambulatório de Psiquiatria do HULW, motivado pelo momento crítico de pandemia, no qual se percebe uma extrema sensibilização física e psíquica daqueles profissionais que estão na linha de frente do combate à Covid-19, pelo aumento exponencial das demandas dos serviços médico-hospitalares, tornando-os vulneráveis a vários agravos em saúde, incluídos aí aqueles relacionados à saúde mental”, explica o psiquiatra.
Pacientes estão entre os beneficiados
O projeto de saúde mental desenvolvido pelo ambulatório de Psiquiatria é destinado também aos pacientes internados no Hospital Universitário Lauro Wanderley. “Além dos profissionais que sintam necessidade de apoio psíquico durante a pandemia de Covid-19, dispomos o serviço também para os pacientes mediante solicitação de interconsultas em psiquiatria”, informou Roberto Mendes.
Também estão entre os objetivos do projeto educar a população atendida (profissionais de saúde do hospital e pacientes demandados por interconsultas) acerca de respostas adversas comuns nessas situações; recomendar comportamentos de promoção à saúde; auxiliar no suporte ao sistema público de saúde, quando necessário; facilitar a resolução de problemas; oferecer orientação aos gestores, quando solicitado; estimular o autocuidado entre os profissionais de saúde e intervir precocemente quanto ao surgimento ou agravamento dos transtornos mentais.
Precisando de cuidado
O chefe do Ambulatório de Psiquiatria do HULW, Roberto Mendes, destacou que a grave crise provocada pela Covid-19 causou aumento exponencial da demanda por serviços médico-hospitalares e, como consequência, foi gerada uma sobrecarga emocional e de trabalho da equipe multidisciplinar.
“O estresse extremo, as incertezas de uma problemática inédita e a própria natureza médica – muitas vezes difícil – de estarem sujeitos a surtos globais de doenças infecciosas, como a Covid-19, requerem atenção especial às necessidades desses profissionais”, frisou.
Dados apontam um aumento da incidência de transtornos psíquicos em casos de epidemia de grande magnitude: entre um terço e metade da população exposta pode vir a sofrer alguma manifestação psicopatológica de acordo com a vulnerabilidade.
“Um recente estudo na população chinesa, o qual investigou a saúde mental da equipe médica da linha de frente da epidemia de Covid19, mostrou que a incidência de ansiedade dos profissionais foi de 23%. A incidência de transtorno de estresse pós-traumático foi de 27,4%”, informou.
Assessoria
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