Polícia cumpre mandado contra preso por extorsão de empresário na Paraíba
A Polícia Civil da Paraíba cumpriu um mandado de prisão preventiva contra um presidiário de 33 anos, que está no presídio Raymundo Asfora (Serrotão), em Campina Grande, no Agreste paraibano. Ele é suspeito de extorquir um empresário da cidade, através de ligações telefônicas de dentro do presídio. As extorsões aconteciam há quase um mês. Ele também está sendo investigado suspeito de se passar por um médico para aplicar golpes e conseguir créditos para celulares.
O caso estava sendo investigado pela 3ª Delegacia Distrital de Polícia Civil, em Campina Grande. De acordo com a delegada Elizabeth Beckman, as extorsões aconteciam contra um empresário de 33 anos, que mora em Campina Grande.
“O preso ligou para o empresário pedindo dinheiro. Ele dizia que estava em um presídio de João Pessoa e que iria cumprir um regime semiaberto em Campina Grande. Para intimidar o empresário, o suspeito falou o nome dele, do estabelecimento dele e ainda de um irmão, dizendo que saberia como encontrá-lo”, contou a delegada.
As ligações começaram no dia 31 de outubro deste ano e, com medo das ameaças, o empresário chegou a pagar R$ 150 ao presidiário. Para receber o dinheiro, o preso acionou uma empresa de mototáxi da cidade pedindo um transporte de encomenda. “Sem saber de nada, o mototaxista foi até o empresário, pegou o dinheiro e deixou com a mãe do presidiário, que também era intimidada a receber o dinheiro, pelo filho presidiário”, explicou a delegada.
Elucidação
Segundo a polícia, após o primeiro pagamento, o empresário continuou a receber ligações e ameaças. No dia 3 de novembro, ele procurou a Polícia Civil para prestar queixa e, no dia 4 de novembro, recebeu novas ligações com ameaças. Para conseguir elucidar o caso, a Polícia Militar montou uma ação.
“O empresário disse ao preso que iria mandar uma nova quantia. Quando o mototaxista chegou ao local, ele foi abordado pelos policiais e ouvido. Os policiais pediram para o mototaxista realizar a entrega normalmente e foram seguindo ele. No momento da entrega, os policiais viram que era a mãe do preso que estava recebendo o dinheiro. Ela foi encaminhada para a delegacia e ouvida também”, contou Elizabeth Beckman.
Segundo a Polícia Civil, em depoimento, a mãe do presidiário disse que ele ligava para ela várias vezes ao dia e quando ela demorava para atender as ligações, ele lhe agredia verbalmente e a intimidava. A mulher também confirmou que já havia recebido outras encomendas.
Suspeito nega denúncias
O mandado de prisão foi cumprido nesta quinta-feira (24) e, durante a tarde, a delegada ouviu o presidiário. Segundo ela, o suspeito negou as informações e disse que não estaria fazendo ligações. Entretanto, a polícia garante ter provas suficientes. “Nós temos a relação de números que ele usava e registros de ligações que ele fez tanto para o empresário, quanto para a mãe, e eram os mesmos”, contou a delegada.
A Polícia Civil comunicou o fato à direção do presídio, na intenção de conseguir a apreensão do celular, mas foi informada de que, para realizar uma revista no pavilhão onde o preso fica, seria necessária uma força tarefa. O fato também foi comunicado pela polícia à Vara de Execuções Penais.
Outras vítimas
Durante a investigação deste crime de extorsão, a delegada Elizabeth Beckman disse que a Polícia Civil recebeu os registros de boletins de ocorrência de outras duas vítimas, que sofreram golpes através de ligações por celular. A polícia suspeita que o golpe tenha sido praticado pelo mesmo presidiário que extorquiu o empresário, pois os números de contatos eram os mesmos.
“Entre essas duas ocorrências registradas, está a de um taxista que foi enganado pelo presidiário. O detendo ligou para ele, se passando por um médico do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande bastante conhecido na cidade. Nessas ligações, o presidiário pediu que o taxista colocasse crédito em um número de celular que era usado por ele”, contou a delegada.
G1PB
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