Polícia americana caça brasileiro suspeito de chefiar quadrilha de contrabando de fuzis
O chefe da quadrilha que enviou um carregamento de 60 fuzis para o Rio de Janeiro, que mora em Miami, está sendo procurado pela polícia dos Estados Unidos, que coopera com as autoridades de segurança do Rio. Os policiais americanos já estiveram em dois endereços, mas o suspeito – que é brasileiro e não teve o nome divulgado – não foi encontrado.
Os fuzis, que estavam escondidos dentro de aquecedores de piscinas, foram apreendidos na quinta-feira (1), no terminal de cargas do Aeroporto Internacional do Rio. Segundo os investigadores, o brasileiro tem um escritório em Miami que já teria enviado para o Brasil 30 carregamentos de fuzis usando o mesmo esquema.
Quatro pessoas foram presas: Luciano de Andrade Faria, dono de uma transportadora; o despachante Márcio Pereira; João Vítor da Silva Rosa, que seria o responsável por revender as armas no Brasil; e José Carlos dos Santos Lins.
De acordo com a Polícia Civil, a quadrilha fornece fuzis e munição para todas as facções criminosas que atuam no Rio – uma arma do tipo chega a ser vendida por R$ 70 mil no mercado negro. As investigações que resultaram na apreensão das armas começaram há um ano e meio.
Na operação da quinta-feira, foram apreendidos 45 fuzis modelo AK-47, 14 AR-10 e um G3. Todas as armas estavam com a numeração de série raspada, para dificultar o rastreamento, mas serão submetidas a um exame químico que pode recuperar a numeração, para localizar os fornecedores dos fuzis.
“Precisamos da numeração para que a fábrica nos informe para quem foi feita a primeira venda dessas armas. Sabemos que esse criminoso pode não ter sido o primeiro comprador, mas em algum momento ele aparece nessa cadeia, antes de as armas ganharem a clandestinidade”, explicou o delegado Fabrício Oliveira.
Em entrevista coletiva após a apreensão das armas, o secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, mencionou o alto número de fuzis encontrados em poder de criminosos no estado e voltou a cobrar medidas mais duras para coibir o tráfico de armas.
“Em 30 dias, 90 fuzis; em 150 dias, 250 fuzis [apreendidos] no Rio de Janeiro. É trivial isso? Algo tem de ser feito de diferente no país. Era um fuzil [apreendido] por dia, em 2017 está quase chegando a dois”, afirmou Sá.
Perícia nas armas
A delegacia de Roubos e Furtos de Cargas e a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) fará ainda nesta sexta a análisea perícia de todos os 60 fuzis apreendidos nesta quinta-feira (1) no terminal de Cargas do Galeão. O objetivo é descobrir a numeração das armas, que vieram raspadas para dificultar a identificação e origem do armamento. Enquanto isso, a polícia tenta informações sobre o empresário brasileiro em Miami que foi identificado como vendedor das armas.Como o RJTV mostrou, as armas vão ser desmontadas e vão passar por um exame químico.
G1
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