PGR chama Delcídio de ‘agente criminoso’ que agiu por ‘ganância’
O procurador-geral da República Rodrigo Janot chamou o senador Delcídio Amaral (PT/MS) de “agente criminoso”. Em manifestação enviada na semana passada ao Supremo Tribunal Federal, na qual pediu a permanência na prisão do ex-líder do governo no Senado, o chefe do Ministério Público Federal sustentou que Delcídio “se trata de agente que não mede as consequências de suas ações para atingir seus fins espúrios e ilícitos”. Os argumentos de Janot foram acolhidos no último dia 17 pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, que manteve o decreto de prisão preventiva do senador.
Delcídio Amaral foi preso dia 25 de novembro pela Polícia Federal sob suspeita de tramar contra a Lava Jato. O senador teria planejado a fuga – que não ocorreu – de Nestor Cerveró, temendo a delação premiada que o ex-diretor da área Internacional da Petrobras estava para fechar com os procuradores – o acordo foi assinado no dia 18 de novembro. Segundo os investigadores, aliado ao banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, Delcídio pretendia financiar as despesas de Cerveró e de sua família. O ex-diretor foi preso em janeiro por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
A manifestação de Rodrigo Janot foi feita nos autos do requerimento da defesa de Delcídio que pedia a revogação da prisão cautelar do senador. “Há de compreender que este tipo de agente criminoso, violando de forma grave as funções relevantíssimas que lhe foram confiadas pelo voto popular, não media esforços para atingir os fins ilícitos”. Para o procurador-geral da República, Delcídio continuará na linha do crime se sair da cadeia. “Certamente assim continuará, já deixou bem claro seu modo de atuação”. Janot alertou ainda para a “ganância (de Delcídio) em ter recursos desviados dos cofres públicos para interesses exclusivamente privados”.
O procurador apontou para a ‘influência direta’ de Delcídio na Petrobras. “Os documentos apreendidos em seu poder comprovam que ele tinha ingerência nos quadros respectivos. Foram encontradas diversas anotações referentes a pessoas que deveriam ou não deveriam ocupar cargos na estatal, além de diversos documentos relativos à sua reestruturação”
Ao indeferir o requerimento de revogação da prisão provisória de Delcídio, em decisão do dia 17, o ministro Teori Zavascki escreveu: “Nesse contexto não há motivo suficiente a alterar os fundamentos do decreto prisional ou apto a justificar a revogação da prisão decretada em 24 de novembro de 2015. Ao contrário, foram encontradas na posse do chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral anotações que corroboram os indícios probatórios já existentes, assim como estavam em seu poder cópias das colaborações premiadas de Fernando Falcão Soares e Nestor Cerveró, cobertas por sigilo legal.”
Com Estadão Conteúdo
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