Publicado em: 23 mar 2016

PF indicia marqueteiro do PT e outras sete pessoas em inquérito da Lava jato

A Polícia Federal (PF) apresentou o indiciamento preliminar do marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana, da mulher dele Monica Moura e de outros seis investigados no inquérito da 23ª fase da Operação Lava Jato – batizada de Acarajé. O documento foi protocolado no sistema da Justiça nesta terça-feira (22).

Para a PF, há indícios de que Santana e Monica tenham cometido crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa através de depósitos no exterior não declarados. O casal está preso desde 23 de fevereiro na Superintendência da PF, em Curitiba.

Agora, o Ministério Público Federal (MPF) vai analisar o indiciamento da PF para oferecer ou não uma denúncia envolvendo as empreiteiras à Justiça Federal. Se houver denúncia, e o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos proces aceitá-la, os denunciados passarão a ser réus.

Para a PF, há indícios de que Santana  teria recebido US$ 3 milhões de offshores ligadas à Odebrecht, entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014.

Sobre Monica Moura, os delegados apontam que ela seria responsável pelo encaminhamento da cópia de um contrato que firmou com outra empresa modelo a Zwi Skornick e seu filho Bruno Skornick para a transferência de recursos que pretendiam realizar.

“A análise do modelo de contrato encaminhado é imprescindível para a continuidade das investigações. Monica relata que, “por motivos óbvios”, apagou o nome da empresa e, tampouco, possuía cópia eletrônica do documento, “por segurança”, afirma a PF.

Os delegados afirmam ainda que o contexto da investigação conduz à conclusão de que Monica, Zwi e Bruno pretendiam transferir recursos entre si de forma oculta e no exterio, fora do alcance das autoridades brasileiras, notadamente pelo caráter ilícito da transação.

Entre as suspeitas às quais Eloisa Skornick, esposa de Zwi, foi indiciada está a de que ela teria prestado auxílio ao marido para operacionalização de pagamentos de vantagens indevidas em serviços prestados em favor de Armando Ramos Tripodi, gerente executivo de responsabilidade social da Petrobras.

Sobre Renato Duque, a PF cita que ele teria recebido vantagem indevida de Zwi na compra de aparelhos de ginástica em razão da sua função pública ocupada na estatal e em virtudes de contratos da Keppel Fels com e Petrobras em obras de construção de plataformas.

Foram indiciados:
– João Cerqueira de Santana Filho – lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa;
– Monica Regina Cunha Moura – lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa;
– Zwi Skornick – corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa;
– Bruno Skornick – lavagem de dinheiro
– Eloisa Skornick – corrupção ativa e manutenção de conta não declarada;
– Pedro José Barusco Filho – corrupção passiva e lavagem de dinheiro
– Renato Duque de Souza – corrupção passiva
– Armando Ramos Tripodi – corrupção passiva

Relembre
A 23ª fase foi deflagrada no dia 22 de fevereiro. João Santana e a mulher Monica Moura são suspeitos de receber US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior.

Santana é publicitário e foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff (PT) e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2006.

Acarajé era o nome usado pelos suspeitos para se referirem ao dinheiro irregular. A PF suspeita que os recursos tenham origem no esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato.

Com G1



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