Publicado em: 24 out 2016

Patrick diz que abandono do tio motivou chacina na Espanha e que não lembra como matou crianças

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O brasileiro suspeito do brutal assassinato de quatro parentes na Espanha disse à polícia espanhola que não lembra como matou os dois filhos de seus tios, Marcos Campos e Janaína Santos Américo, segundo o comandante Reina, da Guarda Civil.

“Não lembra, diz não se lembrar em nenhum momento, como cometeu o assassinato das crianças”, afirmou Reina, acrescentando que Patrick prefere não mostrar a monstruosidade que foi capaz de protagonizar naquela noite no chalé de Pioz.

François Patrick Nogueira Gouveia, que se entregou às autoridades espanholas na semana passada, foi acusado na sexta-feira (21) pelos homicídios dos dois adultos e das duas crianças de um e quatro anos, após confessar “parcialmente” a autoria dos crimes.

Trechos do Depoimento

Foram divulgados pelo portal espanhol ‘Antena 3’. Patrick contou a cronologia do crime, algumas motivações, alegou “problema na cabeça”, e deu detalhes sobre o quádruplo assassinato. O jovem teria se sentido abandonado pelo tio, e essa seria a possível motivação do crime.

Ao longo do depoimento, notasse que Patrick queria vingar-se de seu tio, Marcos Nogueira, por ele ter lhe abandonado depois de contínuos problemas de convivência. “Queria que ele visse o que tinha feito, e sentisse uma profunda dor”, declarou.

No mesmo dia do crime comprou ele dois pacotes de sacolas de lixo industrial, uma faca e fita adesiva.

Patrick disse que foi ao chalé em Pioz (Guadalajara) com duas pizzas para convidar Janaína Santos Américo, esposa de Marcos, para comer, e foi assim que ela abriu a porta. O jovem comeu junto com Janaína e as crianças. Ele atacou a mulher pelas costas quando ela estava recolhendo a mesa. “Depois de matar Janaína juro que tenho um vazio, não me lembro de nada. Não sei como matei as crianças, sou incapaz de lembrar. Depois só lembro dos corpos dos três na cozinha”, contou.

Posteriormente, seu tio Marcos chegou em casa e, segundo o depoimento, aconteceu o seguinte diálogo. “O que tu faz aqui?”, perguntou Marcos. “Vim comer com tua mulher e filhos”, respondeu Patrick. “Tudo bem?”, perguntou novamente o tio.

“Muito bem, vem comigo para a cozinha que os três estão lá”, convidou o jovem.

Patrick disse que ao ver sua esposa e filhos mortos, Marcos entrou em estado de choque. Com isso, ele começou a golpeá-lo e seu tio foi incapaz de evitar as facadas. “Não queria matá-los, mas tenho um problema na cabeça. Um instinto assassino, algo que vem de dentro e não posso controlar, tive uma raiva incontrolável”, declarou durante a confissão.

Sua intenção era desaparecer com os corpos. Ele afirmou a Guarda Civil espanhola que esquartejou os corpos porque não conseguiria transportá-los e colocá-los em bolsas. “Foi uma questão instrumental”, pontuou. “Os embalei e deixei na casa, próximos a porta para levá­los no dia seguinte. Antes, limpei logo a casa. Quando acabei, tomei um banho e fui dormir um pouco”, detalhou.

“Me encontrei com um problema. Os corpos pesavam muito. Não tinha forças nem para carregá-los um por um”, revelou Patrick.

“Me ocorreu de usar o carrinho de bebê para carregá-los aos campos que tem perto, mas sair seis vezes com uma bolsa verde e passar na frente da guarita de segurança chamaria muito a atenção. Dei muitas voltas no assunto tentando encontrar a resposta. O melhor foi carregá-los em um carro e levá-los, mas não sei dirigir”, declarou.

Comportamento agressivo

O jornal El Español, que teve acesso ao depoimento de Patrick à Justiça espanhola, destacou que o jovem apresentou um comportamento agressivo nos quatro meses que conviveu com os tios e primos na localidade de Torrejón de Ardoz, a leste de Madri.

Ainda segundo o jornal, “Patrick estava irritado com seu tio porque este recusou que fosse morar com eles no condomínio de Pioz”, e isto se deu “por oposição de Janaína, devido ao assédio pessoal a que Patrick a submetia, somado aos repetitivos episódios psicóticos que ele sofria”.

O ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández, afirmou que as provas contra o rapaz, natural da Paraíba (nordeste do Brasil) são “estarrecedoras”.

Entre elas, o ministro mencionou “dados de DNA que apareceram no domicílio de Pioz, de uma gota de suor a impressões digitais na fita usada para fechar os sacos que continuam os restos do casal e dos filhos”.

Além disso, a geolocalização do celular do rapaz o situa na casa de Pioz no dia em que se acredita que os crimes foram cometidos: 17 de agosto.

Com perfil marcado pelo “egoísmo”, “narcisismo” e “falta de apego à vida humana”, segundo os investigadores, François Patrick tem um passado violento, tendo agredido um professor no Brasil.

 

 

 

Portal do Litoral 

Com G1




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