Parte dos 300 mil litros de leite suspeito de contaminação ainda está no mercado
A empresa de laticínios LBR Lácteos Brasil afirmou nesta sexta-feira (21) ao R7 que recolheu metade dos 300 mil litros de leite das marcas Líder e Parmalat suspeitos de contaminação. O restante dos lotes, no entanto, ainda não está fora do mercado.
A empresa decidiu recolher os produtos na semana passada, após uma investigação do Ministério Público do Rio Grande do Sul apontar irregularidades em um dos fornecedores da LBR. Um produtor de leite da cidade gaúcha de Condor foi preso na ação.
Os promotores gaúchos descobriram, a partir de testes realizados pelo Ministério da Agricultura, que 12 amostras de leite cru em uma propriedade de Condor apresentaram a presença de formol.
Segundo o MP gaúcho, 299 mil litros do leite foram encaminhados para duas unidades da LBR — uma em Guaratinguetá (SP) e outra em Lobato (PR) —, que foram então embalados e distribuídos para a venda.
A LBR informa, no entanto, ter comprado apenas 30 mil litros de leite do produtor de Condor. Segundo a empresa, o material foi misturado a 270 mil litros de leite de outros produtores, envazado com as marcas Líder e Parmalat e, posteriormente, distribuído para venda somente nos Estados de São Paulo e Paraná.
Testes internos realizados pela LBR descartaram a contaminação. Apesar disso, a empresa decidiu seguir a recomendação do MP gaúcho e recolher os lotes. Mas, até o momento, todos os produtos ainda não foram recolhidos.
A LBR informou ao R7, por meio de sua assessoria de imprensa, que tirou de circulação metade dos 300 mil litros de leite suspeitos. Ainda segundo a empresa, uma parte do leite não recolhido pode ter sido comprada por consumidores ou continuar à venda em mercados de pequeno porte.
Lotes podem ter saído de SP e PR
Na quarta-feira (19), a LBR divulgou uma nota informando os lotes suspeitos de contaminação por formol.
No mesmo dia, a rede varejista Walmart, proprietária dos mercados Big, Nacional, TodoDia, Maxxi Atacado e Sam’s Club, anunciou o recolhimento dos produtos das duas marcas de suas unidades no Paraná e em São Paulo.
Mas os lotes suspeitos também podem ter sido comercializados em outros Estados.
Ainda na quarta-feira, o MP gaúcho alertou que uma unidade do produto foi vendida em Porto Alegre, segundo denúncia de um consumidor. Em contato com o SAC da LBR, o consumidor teve a informação de que o produto que ele tinha adquirido estava entre os lotes suspeitos de contaminação.
Além disso, na sexta-feira, o Procon do Rio de Janeiro determinou a suspensão da venda de três marcas de leite em todo Estado, incluindo os das marcas Líder e Parmalat, em decorrência dos problemas verificados no Rio Grande do Sul.
O Procon-SP também notificou na sexta-feira a LBR, para que regularize, até o dia 25 deste mês, o comunicado divulgado na imprensa. Segundo o órgão de proteção ao consumidor, a empresa informa o defeito, mas não alerta sobre as consequências à saúde do cliente que ingerir o produto.
Em relação a isso, a LBR informa que prestará os esclarecimentos no prazo legal e reafirma que os produtos não oferecem riscos à saúde do consumidor.
Empresa garante que não há riscos
Apesar das suspeitas de o leite estar adulterado, a LBR garante que não há risco de contaminação, e que decidiu recolher o produto apenas de forma “preventiva”.
Em comunicado publicado no site da empresa no dia 19, a companhia afirma que “o leite cru utilizado para a fabricação de leite UHT das marcas Parmalat e Líder foi submetido a testes pela LBR e analisado por laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura (MAPA)”. A empresa encaminhou ao R7 os laudos de análise das amostras com resultado negativo para formol.
Segundo a companhia, “todas as 13 análises realizadas, incluindo testes do MAPA, apresentaram resultado negativo para a presença de formaldeído, não oferecendo, portanto, qualquer risco à saúde e sendo considerados próprios para o consumo”.
Saúde
Especialistas afirmam que quem ingerir leite ou qualquer outro alimento contaminado com formol pode ter desconforto abdominal e alergias. Caso a substância seja consumida em grandes quantidades, ela pode ser fatal.
A LBR informa que, até o momento, nenhum cliente que porventura tenha adquirido os produtos registrou qualquer tipo de reclamação.
Segundo a empresa, reclamações de consumidores quanto ao produto podem ser feitas por meio do SAC (Serviço de Atendimento aos Consumidores) pelo telefone 0800 011 2222 ou pelo e-mail [email protected]. Uma eventual troca ou evolução do produto será feita “sem qualquer ônus”.
Os consumidores que já passaram por algum acidente causado pelo defeito apontado poderão solicitar, por meio do Judiciário, reparação por danos morais e patrimoniais, eventualmente sofridos. Caso o consumidor encontre dificuldade em efetuar a devolução poderá procurar a Fundação Procon-SP nos canais de atendimento.
Veja a seguir os lotes suspeitos de contaminação e a nota enviado ao R7 pela empresa.
Posicionamento da LBR em 21 de março de 2014
A LBR Lácteos Brasil volta a afirmar que seus produtos estão aptos para o consumo e que a matéria-prima utilizada para a fabricação de leite UHT das marcas Parmalat e Líder foi submetida a testes pela LBR e analisada por laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura (MAPA). Todas as 13 análises realizadas, incluindo testes do MAPA, apresentaram resultado NEGATIVO para a presença de formaldeído, não oferecendo, portanto, qualquer risco à saúde.
Diante disso, LBR Lácteos Brasil, pautada pela transparência e pelo respeito ao consumidor, publicou nesta sexta-feira (21) comunicado em quatro importantes jornais do país — Valor Econômico (SP), Zero Hora (RS), Correio do Povo (RS) e Gazeta do Povo (PR) — para prestar esclarecimento aos seus consumidores em relação às notícias divulgadas pela imprensa sobre a fraude do leite no Estado do Rio Grande do Sul. Em relação à notificação do Procon-SP, recebida hoje, a empresa prestará esclarecimentos no prazo legal, e reafirma que os produtos não oferecem riscos à saúde do consumidor.
A LBR volta a ressaltar seu compromisso com a qualidade de seus produtos e reitera que possui os mais rigorosos padrões de segurança alimentar. Além da análise em 100% da matéria-prima recebida, a empresa realiza testes em todos os lotes de produtos acabados, assegurando que seus consumidores tenham à sua disposição produtos seguros e de altíssima qualidade.
Portal do Litoral PB
Com R7
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