Publicado em: 17 nov 2016

Pai mata o filho e depois se mata por discordar com apoio do jovem a invasão de escolas

filho-morto-pelo-pai-goiania-825x550

Um universitário foi morto a tiros pelo pai em Goiânia na tarde desta terça-feira, 15, que se suicidou em seguida com um disparo na própria boca. O estudante de Matemática da Universidade Federal de Goiás (UFG) Guilherme Silva Neto, de 20 anos, queria participar de uma reintegração de posse que seria cumprida em uma ocupação escolar, mas foi proibido pelo pai, Alexandre José da Silva Neto, de 60 anos. O homem discordava do envolvimento do filho em movimentos sociais e manifestações.

Segundo relatos coletados pela Polícia Civil e incluídos no boletim de ocorrência, o autor do delito e pai da vítima “não concordava com o comportamento do filho que se vestia de forma alternativa, com coturnos, calça jeans com as barras para dentro, jaquetas jeans, colares, cabelo e barba grandes”. O homem discordava ainda “do estilo revolucionário do qual (Guilherme) era integrante, participando de movimentos estudantis e de manifestações contrárias às medidas governamentais, como as invasões de colégios e prédios públicos”.

A mãe e mulher do autor do crime, Rosália de Moura Rosa Silva, informou à polícia que os dois tiveram um desentendimento na manhã da terça. O pai teria saído por volta das 16 horas afirmando que iria resolver uns problemas. Logo após a partida de Alexandre José da Silva Neto, o filho saiu de casa com seus pertences e disse à mãe que iria ver o movimento, mas não demoraria.

Ainda de acordo com a polícia, o pai teria ficado aguardando o jovem sair de casa. Assim que viu Guilherme saindo, telefonou para perguntar onde ele estava, mas foi informado por Rosália que o estudante havia saído.

O pai perseguiu o universitário de carro e atirou contra ele na Rua 59 A, próxima ao local onde a família morava. Pai, mãe e filho moravam no cruzamento da Rua 25 A, esquina com a Avenida República do Líbano, no setor Aeroporto.

Ocupações em Goiás. O jovem estudava no campus Goiânia da UFG, um dos seis que estão ocupados por estudantes no Estado. Ao todo são 194 universidades ocupadas no País, segundo levantamento da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em nota, a universidade lamentou o falecimento do estudante e prestou condolências e solidariedade a familiares e amigos.

A reitoria da UFG informou que na manhã de segunda-feira, 14, oficiais de Justiça entregaram em todos os prédios tomados da Regional Goiânia uma sentença judicial que determina a desocupação em 24 horas. “Devido ao feriado do dia 15 de novembro, o prazo para desocupação foi estendido até o dia 16. Desde então, vários prédios foram desocupados pacificamente, incluindo o da reitoria.”

Já o Diretório Acadêmico (DA) dos Estudantes de Matemática da UFG se manifestou nas redes sociais e disse que Guilherme Silva Neto era um “integrante ativo” do órgão.

“É com pesar e tristeza que o Diretório Acadêmico dos Estudantes de Matemática da UFG presta suas condolências à família de Guilherme Silva Neto, aluno de Matemática da UFG e integrante ativo do Diretório Acadêmico, dos movimentos de ocupação e protestos contra as medidas dos governos federal e estadual”, escreveu o DA. “Por ser um momento de extrema tristeza, limitamo-nos a oferecer solidariedade à família do estudante, na presente nota, deixando demais posicionamentos para outras oportunidades.”




Acompanhe as notícias do Portal do Litoral PB pelas redes sociais: Facebook e Twitter

O que achou? Comente...