Publicado em: 9 ago 2016

Oposição fecha estratégia mirando no julgamento de Dilma

Presidenta Dilma Rousseff durante Ato de Associações Docentes em Defesa das Políticas de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação. (São Bernado do Campo - SP, 18/07/2016) Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Com o sentimento de que a pronúncia será aceita nesta terça-feira (9) pelo Senado, integrantes da oposição ao presidente em exercício da República, Michel Temer, elaboraram uma estratégia para levar o julgamento de Dilma Rousseff para setembro. A ideia é ganhar tempo ao mesmo tempo em que buscam os votos necessários para impedir a condenação da petista.

A estratégia consiste em apresentar questões de ordem no plenário do Senado para postergar a votação, na divulgação de uma carta aos brasileiros assinada por Dilma e também um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Parte dela já entrou em ação, como o pedido ao STF para o processo ser paralisado enquanto Temer não for investigado pela Procuradoria-Geral da República.

As informações divulgadas na última edição da revista Veja , em que a construtora Odebretch teria destinado R$ 10 milhões ao PMDB provocaram um ajuste na estratégia. “Diante dos fatos que surgiram nesse final de semana, esta Casa deveria suspender a tramitação do processo do impeachment”, disse o líder da minoria, Lindbergh Farias (PT-RJ).

Farias e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) estiveram reunidos com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, na noite de ontem. Após o encontro, o líder da minoria adiantou que serão apresentadas até dez questões de ordem. “A gente acha que vai gastar umas duas horas”, disse o petista.

A sessão está marcada para começar às 9h. A estimativa é que ela dure entre 15 e 20 horas, já que todos os senadores terão direito a falar por até dez minutos. Até às 21h de ontem, 41 parlamentares estavam inscritos. O relator do processo, Antonio Anastasia (PSDB-MG), defesa e acusação terão meia hora cada.

Ao retardar o início da votação, os aliados de Dilma empurram o início do julgamento, caso se confirme a tendência de que a pronúncia seja aceita, para 26 de agosto, uma quinta-feira, de acordo com os prazos previstos na legislação. Depois, tentariam convencer Lewandowski a deixar o início do julgamento pelo menos para 29 de agosto.

Com Terra



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