Publicado em: 2 fev 2024

O uso ético da inteligência artificial nas eleições: desafios e necessidade de combate às fake news

Alek Maracaja

Com o avanço da tecnologia e o grande volume de dados disponíveis, a utilização da inteligência artificial (IA) nas eleições tem se tornado cada vez mais comum em diversos países, principalmente no Brasil. No entanto, a é fundamental que esse uso ocorra de forma ética e responsável, levando em consideração os desafios e riscos associados, principalmente no combate às fake news.

Em minha opinião, uma das vantagens da IA nas eleições é sua capacidade de processar uma grande quantidade de dados em tempo real, permitindo a análise do comportamento dos eleitores e a previsão de resultados. Isso possibilita que os candidatos orientem suas campanhas de forma mais direcionada, com base nas demandas e preferências dos eleitores.

No livro que lançarei ainda neste ano, um dos pontos abordados é sobre como a IA é fundamental na análise de dados. Por outro lado, mostrarei também como o mau uso dessa tecnologia pode prejudicar o processo eleitoral, principalmente no que diz respeito à disseminação de fake News. Desta forma, não me escuso a dizer que propagação de informações falsas é um câncer que pode comprometer a legitimidade da democracia, distorcendo a verdade e influenciando negativamente a opinião dos eleitores.

Nesse sentido, entendo ser necessário implementar mecanismos eficazes de combate às fake news, como revisão e verificação de conteúdo, além de incentivar a educação dos eleitores sobre a importância de buscar fontes confiáveis. Esse trabalho seria em conjunto com as plataformas de redes sociais.

Outro desafio é garantir a transparência e imparcialidade dos algoritmos de IA, evitando sua manipulação por grupos ou indivíduos com interesses políticos ou econômicos específicos. A criação de diretrizes claras, políticas públicas e ferramentas de auditoria são fundamentais para assegurar o bom funcionamento e a conformidade desses algoritmos.

Para enfrentar esses desafios, é necessária uma colaboração estreita entre governos, instituições de pesquisa e empresas de tecnologia. Somente uma abordagem conjunta pode viabilizar políticas públicas adequadas, supervisão rigorosa e soluções eficazes para garantir o uso ético da inteligência artificial no processo eleitoral. Dessa forma, poderemos aproveitar os benefícios da IA e, ao mesmo tempo, preservar a integridade e a transparência das eleições, fortalecendo nossa democracia.

Nesse sentido, existe também a necessidade de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) veja, ainda para as eleições deste ano, a necessidade de regulamentação e possíveis punições para crimes ligados ao mau uso da inteligência artificial em campanhas eleitorais. É evidente, por exemplo, a facilidade de forjar voz e imagens de candidatos em situações que não lhes favoreçam, e este é apenas um dos exemplos que podemos trazer aqui.

Por isso, eu gostaria de dizer que, embora exista a consciência de que mudanças no código eleitoral precisam ser feitas em até um ano antes das eleições, é preciso levar à frente (e com urgência) a criação de mecanismos que barrem o mau uso das IAs e punam devidamente os responsáveis pela criação e propagação de notícias falsas em qualquer formato, uma vez que os eleitores não têm recursos ou ferramentas que possibilitem aferir ou não a veracidade do conteúdo divulgado.




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