Publicado em: 21 fev 2024

O HOLOCAUSTO NA LEI DE TALIÃO : por Alexandre Almeida


Nos últimos dias a repercussão de uma fala do Presidente Lula tomou conta
da mídia internacional e, especialmente, da mídia nacional.
No plano internacional o Primeiro Ministro de Israel declarou Lula “persona
non grata”, sob uma chuva de críticas à locução do líder brasileiro.
Em nosso quintal, os analistas políticos e os jornalistas de plantão não
param de potencializar reprimendas às declarações de Lula, condenando
veementemente seu posicionamento.
Diante desta frege, resolvi refletir um pouco sobre o tema, a partir do
polêmico trecho da fala de Lula:
“O que está acontecendo na faixa de Gaza e com o povo palestino não
existe em nenhum momento histórico. Aliás existiu quando Hitler
resolveu matar os judeus.”
E o que realmente está acontecendo na faixa de Gaza, que é informalmente
governada pelo grupo Hamas desde o ano de 2007?
O Estado de Israel, em reação a um covarde ataque terrorista do Hamas,
prometeu exterminar estas pessoas, intentando concretizar sua promessa com
investidas bélicas violentas sobre a faixa de Gaza que, além de albergar os terroristas,
abriga mais de 2 milhões de cidadãos Palestinos.
Sob o indiscriminado ataque dos judeus, que outrora também
compactuaram com o terrorismo em busca de seus interesses (grupos Haganah, Irgun
e Lehi), milhares de inocentes padecem violentamente a cada dia, dentre eles
mulheres e crianças, causando indignação até mesmo àqueles mais habituados às
práticas da guerra.
Será que não é preciso por um fim nestes ataques sangrentos, para que
este momento histórico não seja lembrado no futuro como uma nova tentativa de
extermínio de toda uma população?… a exemplo do Holocausto?
Daí a indignação do Presidente Lula que, com seu particular modo de se
expressar, genuinamente guiado por sua intropatia cristã, não poderia ficar calado
diante de tamanha aberração que acontece à vista de todo o planeta.
Não é possível permanecer calado diante da volta do “olho por olho, dente
por dente” da conhecida Lei de Talião, costume de uma civilização que existiu há quase
4 mil anos atrás.
Ser vítima do holocausto não outorga ao povo judeu a pretensão de
exterminar a população palestina, ainda que sob apologia do combate ao terrorismo
pregado pelo premier israelense, que se vale covardemente das circunstâncias para se
prolongar no poder.
Com estes questionamentos Lula fecha sua súplica:
“Quem vai devolver a vida das crianças que morreram sem saber por
que estavam morrendo? Isso é pouco para mexer com o senso
humanitário dos dirigentes políticos do planeta?”
O mundo não pode assistir tamanha barbaridade sem nada fazer.
Àqueles indignados que nada podem fazer, só resta falar. Ainda que sejam
mal interpretados.
Alexandre Costa de Almeida é administrador de empresas e advogado, tendo atuado como empresário
e advogado, além de ter exercido cargos públicos de relevância, como Secretário em diversas pastas
do município de Campina Grande/PB e como assessor técnico no Senado e no Tribunal de Contas da
União – TCU. Atualmente é assessor da Presidência do BNDES.




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