No estado de Sarney, Campos diz que não aceitará o PMDB em seu governo
Em visita ao Maranhão, estado no qual o senador José Sarney (PMDB-AP) fez sua carreira política, o candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou nesta quinta-feira (10) que, se for eleito, o PMDB não fará parte de seu eventual governo. Apesar de o PSB ter se coligado com o PMDB em oito das 27 unidades da federação, Campos declarou que quem quiser continuar ao lado de Sarney deve votar em Dilma Rousseff (PT) ou Aécio Neves (PSDB).
“Fui o único candidato que disse com todas as letras que quando eu e Marina estivermos governando o Brasil, a partir do dia 1º de janeiro, o PMDB, de José Sarney, estará na oposição. Será a primeira vez, em 50 anos, que a gente vai ter muita unidade política”, disse o presidenciável do PSB durante ato político em São Luís (MA).
“Quem quiser prestar homenagem ao Sarney, vota na Dilma. Quem quiser continuar com o Sarney no governo, pode votar também no Aécio, porque todo mundo sabe que esse PMDB tá com o pé em duas canoas. Agora, a única canoa que ele [o PMDB] não bota o pé, é na nossa”, complementou Campos.
O PSB, de Campos, se coligou com o PMDB, de Sarney, em Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Mato Grosso do Sul. Já na disputa presidencial, os peemedebistas apoiarão a tentativa de reeleição de Dilma.
Segundo Eduardo Campos, ele escolheu o Maranhão para iniciar oficialmente sua campanha de rua pelo Nordeste devido à “localização estratégica” do estado, que fica na divisa com a região Norte. Na avaliação do candidato do PSB, é “questão de tempo” para que a população maranhense mude de opinião e vote nele. Na eleição de 2010, a presidente Dilma Rousseff foi a candidata mais votada no estado, com 2.079.650.
“Acho que é só uma questão de tempo. A população do nordeste brasileiro, como um todo, acreditou muito no governo da presidenta Dilma. Foi praticamente o Norte e o Nordeste que elegeram a presidenta Dilma. O que acontece é que, passados quatro anos, a população percebe claramente que não teve a nossa região a atenção que esperava ter, não teve essa atenção”, disse.
nha em São Luís (Foto: Clarissa Carramilo / G1)
Disputa estadual
Durante a passagem pela capital maranhense, Eduardo Campos confirmou apoio à candidatura de Flávio Dino (PCdoB) ao governo do Maranhão, apesar de o PPL, legenda coligada ao PSB na corrida presidencial, ter lançado a candidatura de Zéluis Lago para a sucessão da governadora Roseana Sarney (PMDB).
“Nós temos uma aliança nacional com PPL e o PPL tem aqui uma candidatura que tem o seu espaço, mas o meu partido está na candidatura de Flávio Dino. Nós gostaríamos que todos estivessem para apoiar a oposição fortalecida, para garantir uma vitória eleitoral, uma vitória política para mudar o Maranhão e mudar o Brasil”, declarou.
Aécio
Nesta quinta, Eduardo Campos foi indagado por repórteres sobre uma declaração feita por Aécio Neves durante passagem do candidato do PSDB pelo Maranhão em maio. Na ocasião, o tucano disse que não é “inimigo político” do seu adversário do PSB.
Conforme Campos, apesar de ele e Aécio exercerem papéis políticos opostos, sempre mantiveram uma “relação de respeito”. Na visão do presidenciável, os eleitores estão cansados de polarização na política.
“Nós não subimos nos mesmos palanques nacionais, mas isso não impediu que nós tivéssemos uma relação de respeito. Convivemos na Câmara de Deputados, dialogamos sobre projetos importantes, temos uma visão política e origem política distintas. Já tivemos oportunidades de divergir em vários assuntos, mas a vida me deu uma capacidade de dialogar e respeitar as pessoas que não pensam exatamente como eu penso. Esse jeito de fazer política eu quero conservar. Passadas as eleições, a gente vai perceber que o povo brasileiro cansou dessa polarização, nós e eles”.
Copa e eleições
Em meio à entrevista concedida em São Luís, o candidato do PSB disse não acreditar que a discussão sobre a Copa do Mundo influencie na disputa eleitoral. Ele afirmou que, na opinão dele, não há “relação direta” entre os dois eventos.
“Uma coisa é a Copa do Mundo, outra coisa é a disputa política eleitoral. […] Não vejo relação direta entre uma coisa e outra, absolutamente”, ponderou Campos. Em tom de brincadeira, ele ainda disse que Felipão não é o melhor exemplo para se falar em estratégia.
Portal do Litoral PB
Com G1
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