“Não dou mais passagem”, diz Massa sobre obedecer equipe
O brasileiro Felipe Massa disse em entrevista à revista IstoÉ que não vai mais obedecer ordens para deixar seu companheiro de equipe ultrapassar. O piloto da Williams diz que considerou a ordem para ceder a posição a Valtteri Bottas no GP da Malásia como “sem sentido” e por isso não a aceitou.
“Não havia motivo para deixá-lo passar. Agora, vir para mim uma ordem de equipe na segunda corrida do campeonato, como aconteceu com a Williams? Não há a menor chance de eu abrir passagem, não vou mais abrir passagem”, disse Massa.
O brasileiro ainda disse que sua decisão trouxe emoção à Fórmula 1 e citou como exemplo a corrida seguinte, o GP do Bahrein, prova marcada por duelos por posições entre companheiros de equipe, como aconteceu com Nico Rosberg e Lewis Hamilton, da Mercedes, o próprio Massa com Bottas, na Williams, Nico Hulkenberg e Sergio Perez na Force India, e Sebastian Vettel e Daniel Ricciardo na Red Bull.
“Você percebeu o que aconteceu na última corrida do Bahrein, depois que eu não aceitei a ordem da Williams no GP anterior, na Malásia? Os pilotos da mesma equipe estavam disputando ferozmente entre si. Isso aí, pode ter certeza, é reflexo também de eu não ter aceitado a ordem da equipe”, afirmou o brasileiro.
Apesar disso, Massa afirmou que não considera um mau exemplo quando o piloto de uma equipe aceita ordens da direção durante as corridas.
“Você tem de pensar, no final das contas, que uma equipe de Fórmula 1 tem dois pilotos, 900 pessoas trabalhando, que faz dinheiro no campeonato de construtores. Os pontos que o piloto faz significam dinheiro para a equipe. O automobilismo não é só esporte, é business também”, disse Massa.
O brasileiro disse que não teve problemas com Bottas por não ter cedido a posição ao finlandês, mas afirmou que está preparado para brigar com o companheiro se for preciso.
“Eu não fiz nada contra o Bottas. Falei para ele que não tinha nada contra ele, que o problema era a ordem da equipe que não era correta. O Bottas não me olha torto, não. Se ele me olhar torto, eu vou olhar torto para ele também. Eu estou preparado para lutar contra ele e contra os outros”, disparou.
Massa ainda revelou que correu sem motivação na Ferrari nas duas últimas temporadas e comemorou a saída da escuderia italiana no fim do ano passado.
“Tirei um peso gigante das costas. Estava desmotivado já nos últimos dois anos. Eu queria mudar, não queria ficar. Foram oito anos de equipe como piloto oficial. Sempre fui profissional. Até demais, muitas vezes. Era algo que eu estava precisando. E a Ferrari também. Hoje, quando falo o que penso sobre o carro, o que não está certo e precisa mudar, as coisas mudam de uma hora para a outra”.
O piloto da Williams ainda rechaçou a imagem de “azarado” e citou como exemplos a recuperação após o acidente com a mola que atingiu seu capacete em 2009, e a negociação com sua atual equipe, depois de um período de conversas com a Lotus, uma das principais escuderias do ano passado, mas que sofre com problemas e anda nas últimas colocações este ano.
“Se for olhar aquele campeonato em que perdi na última curva, pode-se pensar que eu tive azar. Mas, um cara que chocou a cabeça em uma mola a mais de 300 km/h, sobreviveu ao acidente e voltou a correr, não dá para dizer que é azarado. Eu poderia não estar aqui! E outra coisa: saí da Ferrari, passei a conversar com a Lotus e acabei indo para a Williams. Se tivesse ido para a Lotus, eu estaria andando em último hoje. Não se pode dizer que eu sou azarado, viu?”, disse Massa.
Portal do Litoral PB
Com Uol
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