Mulher admite que esqueceu criança que morreu em carro para ir ao salão no Rio
A mulher que levava o menino Gabriel Martins de Oliveira Alves, de 2 anos, para a creche voltou atrás em seu depoimento e admitiu à polícia que esqueceu a criança dentro do carro para ir salão de beleza no dia 12, como mostrou o RJTV 1ª edição nesta quarta (24). Quando saiu do salão, Cláudia Vidal da Silva, de 33 anos, encontrou a criança desacordada dentro do carro depois de passar cerca de duas horas trancada no veículo, em Vicente de Carvalho, no Subúrbio do Rio. A criança foi socorrida, mas já teria chegado morta ao hospital.
O depoimento de Cláudia agora está de acordo com as investigações que a polícia sobre sua trajetória no dia da morte de Gabriel. A primeira versão que Cláudia deu à polícia era que havia sofrido um mal súbito e ao recobrar a consciência percebeu que o menino estava desacordado. No entanto, quatro dias depois da morte da criança, a polícia do Rio descobriu que ela estava mentindo.
Segundo a Polícia Civil, os policiais refizeram o trajeto percorrido pela motorista, coletaram imagens de câmeras de segurança e localizaram a manicure e a responsável pelo salão, comprovando que a versão dada por Cláudia é falsa. As duas confirmaram, em depoimento, que Cláudia já estava com horário marcado no salão para aquele dia.
“Localizamos uma testemunha que realmente deu a versão verdadeira de todos os fatos, de que, na verdade, ela ia ao salão de beleza para fazer as unhas enquanto o Gabriel ficou no carro”, afirmou o delegado, lembrando que também ouviu duas pessoas que ajudaram a socorrer a criança.
Comoção no enterro
O menino foi enterrado no domingo (14) no Cemitério de Irajá, no Subúrbio do Rio. Revoltada com a morte do filho, a mãe da criança disse, no sábado (13), que essa não foi a primeira vez que a condutora do veículo “esqueceu” a criança. Carla Martins de Oliveira contou ainda que a pediatra que atendeu Gabriel afirmou que a criança tinha sinais de insolação extrema.
(Foto: Reprodução/Gnews)
“Ela já esqueceu meu filho antes. Uma vez, ela teve a cara de pau de falar: ‘seu filho é um amor, muito bonzinho, então, eu prefiro entregar todas as crianças primeiro e deixo seu filho por último’. Só que dessa vez ela não entregou. Foi um descaso. E um descaso da creche que não ligou para avisar que meu filho não chegou”, disse Carla Martins de Oliveira.
De acordo com policiais, ela buscou o menino para levá-lo à creche, mas o teria deixado dentro do veículo por volta das 10h de sexta. Ela foi autuada por exercício ilegal da profissão e pode responder por homicídio culposo – quando não há intenção de matar –, mas segue em liberdade.
(Foto: Mariana Cardoso/G1)
“Meu filho tinha só 2 anos. Meu filho não sabia nem falar. Como meu filho ficou sozinho trancado dentro de um carro no calor? Ele não tinha nem como pedir ajuda”, disse a mãe.
Amiga de motorista se passou pela mãe
O tio do menino, Fagner Alves da Silva, esteve no Instituto Médico-Legal (IML), no sábado, e contou que uma amiga de Claúdia teria se passado pela mãe do menino no momento em que a criança deu entrada Hospital Municipal Francisco Telles, em Irajá. Ainda segundo Fagner, apenas após a morte de Gabriel a família teria sido informada sobre o ocorrido. O tio da criança lamentou o fato de Cláudia Silva não ter ficado presa.
“O que mais dói é ela ter saído pela porta da frente da delegacia. Ela foi para casa dela e meu irmão e minha cunhada ficaram sem o filho”, disse Fagner.
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