Malhação investe em nova ação e na periferia para seduzir público jovem

Xô, marasmo! Ao menos, essa é a principal proposta de Malhação – Seu Lugar no Mundo, que estreia nesta segunda-feira (17), na Globo. A nova temporada da novela, há 20 anos no ar, tem vários desafios pela frente: manter a audiência conquistada em 2015, inovar o formato, revelar talentos não só diante das câmeras, mas em todos os setores da produção. Para conquistar o público jovem, aposta em muitas cenas de ação, na ambientação de histórias na periferia e em uma linguagem de séries.

Desde janeiro, o diretor-geral Leonardo Nogueira vem trabalhando com o autor Emanuel Jacobina nessa missão. Sem revelar números, ele afirma que a Globo fez um grande investimento para trazer profissionais que fossem capazes de mudar a cara de Malhação. Alguns vieram dos Estados Unidos.

Um dos nomes de destaque é do designer de som Rui Miranda. Ele é especializado em efeitos de som de grandes produções, como The Walking Dead e Transformers. Sua função é inserir ruídos reais na trama, como o barulho do mar, do vento, do chiado das conversas no entorno dos personagens.

“Ele tinha um mês e meio livre na agenda e veio. Está difícil para ele, que é português, mora e trabalha nos Estados Unidos. O empenho e a vontade do Rui são os mesmos do André Horta, nosso diretor de fotografia, um cara de publicidade que tem como filosofia captar o diferente. Nossa diretora de arte estava sem fazer TV desde Caminho das Índias. Este intercâmbio está sendo incrível para mudarmos o look de Malhação”, conta Leonardo Nogueira.

A atração estreia com frente de 14 capítulos gravados, cinco editados e três sonorizados.

Outra inovação é na direção das cenas, que terá um toque de reality show. O público vai se sentir dentro da ação. A câmera está em todos os lugares, dentro da bolsa, atrás da personagem, embaixo do skate, dentro da geladeira. Malhação vai, dessa forma, antecipar a linguagem de A Regra do Jogo, nova novela das nove, que também usará os mesmos recursos, buscando dar maior realismo. Nogueira confirma que essa é exatamente a proposta de Malhação, só que em outro horário.

“A Amora [Mautner, diretora-geral de A Regra do Jogo] tem sua linguagem e eu tenho a minha. Dentro da nossa cinematografia, buscamos uma linguagem de série. O programa tem agilidade, mas sem tanta trilha. O primeiro capítulo tem pouca música. Só tem música onde precisa. Tem cena com texto e ruído, como na vida real”, diz o diretor.