Publicado em: 18 jul 2014

Mais de 100 especialistas em Aids estavam em avião da Malásia que caiu na Ucrânia

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O Boeing 777 da Malaysia Airlines, que caiu em território ucraniano nesta quinta-feira, levava 108 pesquisadores, ativistas e membros de ONGs que estavam viajando para participar da 20ª Conferência Mundial de Aids, em Melbourne, na Austrália. A queda do avião, que causou a morte de todas as 298 pessoas a bordo, tornou-se alvo das atenções da comunidade internacional e está sendo investigada. Suspeita-se de que a aeronave foi derrubada por um míssil.

Um dos pesquisadores, Joep Lange, foi presidente da Sociedade Internacional de Aids, entre 2002 e 2004, e atualmente atuava como diretor do Departamento de Saúde do Centro Acadêmico de Medicina da Universidade de Amsterdã. Recentemente, o pesquisador divulgou um estudo que demonstra, pela primeira vez, como um composto probiótico poderia atuar no vírus HIV.

Em 2001, Lange criou a PharmAccess, uma fundação sem fins lucrativos cujo objetivo era melhorar o acesso aos medicamentos e tratamentos da Aids em países pobres. O pesquisador contribuiu no desenvolvimento de terapias combinadas a preços acessíveis e em meios de prevenir a transmissão do vírus da mãe para o bebê.

A diretora da Unaids Brasil, programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Georgiana Braga-Orillard, afirmou que a morte dos pesquisadores no voo é uma perda muito grande.

– Estamos esperando a confirmação oficial. Não são somente cientistas. Tivemos informações que ativistas e membros de ONGs que fazem parte da luta contra a Aids também estariam no voo. A perda é muito grande, estamos tristes.

Para Georgiana, as mortes causarão impacto na luta contra a doença.

– Esperamos que se confirme o mínimo de mortes. Haverá um impacto nas pesquisas e nas políticas. Sabemos que muitos holandeses estavam cadastrados para aquele voo e a Holanda é um país que financia muitos projetos e possui um debate avançado sobre o tema. Mas não temos confirmação, logo, torcemos para que o impacto seja o menor possível.

David Cooper, professor da Universidade de New South Wales, em Sidney, afirmou à agência Reuters que Lange tinha um compromisso absoluto com a pesquisa contra a doença e dava atenção especial aos países da Ásia e África.

– Ele nunca aceitava algo como impossível.

A Sociedade Internacional de Aids, que organizou a conferência, expressou suas condolências pela morte dos pesquisadores e afirmou que irá cooperar com as autoridades.

“Em reconhecimento à dedicação dos nossos parceiros na luta contra o HIV/ Aids, a conferência vai continuar como planejado e vai incluir oportunidades para refletir e lembrar aqueles que perdemos”, afirmou em nota.

O atual presidente da sociedade, em entrevista a jornalistas, manifestou seu pesar.

– Nesse momento incrivelmente triste e delicado, a Sociedade Internacional de Aids está ao lado de nossa família internacional e envia condolências aos entes queridos daqueles que perderam alguém nessa tragédia – disse Chris Beyrer que afirma que com a morte de Lange, “o movimento HIV/Aids perdeu um gigante”.

Portal do Litoral PB

Com O Globo 

 




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