Mães contam experiência de medicar filhos com Canabidiol e lutam pela legalidade do ‘remédio de maconha’ em todo país

No dia 18 de agosto 16 famílias receberam autorização, através de uma liminar, para usar o medicamente Canabidiol para tratar os filhos que tem epilepsia. O remédio é proibido no Brasil porque é feito da folha da Cannabis sativa, mais conhecida como maconha. Em João Pessoa, as famílias beneficiadas pela liminar, se uniram para lutar pela legalização do medicamento em todo o território nacional.

Em conversa com o portal Paraíba, as mães contaram a experiência com o remédio e a luta para permitir o uso do medicamento envolvido em tantos pré-conceitos. Em um mês de uso as mães afirmam que notaram mudanças significativas nos filhos, tanto no número de crises, como em comportamento.

Sheila Geriz, da Comissão de Pais e Mães Pró Canabidiol, contou que tem um filho de 5 anos que costumava ter 15 crises epilépticas por dia, sendo que 10 delas bastante fortes. Há quase um mês que ele está tomando o medicamento, a intensidade das crises diminuiu e a quantidade também. Além disso, Sheila contou que o filho ficou em pé no berço nesta semana, coisa que ele não fazia desde que tinha 1 ano e 8 meses.

A mãe ainda ressaltou que o medicamento que ela está usando com o filho não é o mais indicada. Queremos o extrato, que é mais concentrado.

Os ataques epilépticos constantes causam frouxidão dos músculos, por isso a criança perde a capacidade de ficar em pé e ficam com a maioria dos movimentos comprometidos. Além disso o indivíduo começa a desenvolver um comportamento autista. Com o uso de medicamento, foi observado pelas mães que as características normais, de comunicação e movimento, dos filhos tem retornado.

Quando as mães souberam da qualidade do Canabidiol, procuraram o Ministério Público, onde foram atendidas pelo Procurado José Godoy, que entrou com uma ação coletiva e conseguiu liminar para 16 famílias fazerem o uso do medicamento.

A luta da Comissão de Pais e Mães é para que A Anvisa classifique o Canabidiol como um medicamento. Atualmente o remédio entra na classificação do THC (Tetrahidrocanabinol), que é ilegal, já que é a substância química extraída da planta Cannanbis sativa, conhecida como maconha.

Sheila admitiu que no início teve medo de dar para o filho o “remédio de maconha”. Mas logo mudou de opinião quando pesquisou e estudou o remédio. “A gente entende que é um medicamento oriundo de um planta, assim como muitos remédio são. O Canabidiol não tem nenhum dos efeitos da droga e não oferece perigo nenhum.

Quando alguém fala que o que estamos fazendo é errado, que estamos dando droga para os nosso filhos, até compreendo, já que eu também tinha esse medo. Mas esse medo é só por falta de conhecimento, qualquer pessoa que estudar um pouco sobre o assunto, irá mudar de opinião.

Segundo Sheila, o Canabidiol pode ajudar pessoas com Mal de Parkinson e também com esclerose múltipla. “Ele faz isso porque protege os neurônios, então também pode ajudar na recuperação de pessoas que sofreram derrames ou AVCs.”