Justiça mantém exibição de documentário sobre fotógrafo que matou ex-companheira na PB
O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) anunciou nesta quarta-feira que a desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti indeferiu o pedido do fotógrafo Gilberto Lyra Stuckert Neto para impedir que o canal de televisão A&E veicule o episódio da série “Até que a morte nos separe” contando a história do homicídio que envolve o seu nome.
Gilberto é acusado de ter matado sua ex-companheira no ano de 2012 por não aceitar o fim do relacionamento e cumpre prisão domiciliar por problemas de saúde.
O fotografo afirma que não autorizou o canal a veicular sua história em rede de televisão e acrescentou que o fato de ter tido o nome e a imagem novamente divulgados na mídia arruinou o processo de sua recuperação psicológica, visto que ele e seus familiares reviveram um acontecimento trágico, não só na vida da vítima, mas na sua também.
A desembargadora, que concluiu não haver elementos que evidenciem a probabilidade do direito, lembrou que o crime praticado é um fato público e notório que chamou a atenção de toda a sociedade.
“Assim, considerando ainda ser de conhecimento de toda a população o crescimento do número de feminicídios, conclui-se, neste momento processual, pela existência do interesse público atual na divulgação do episódio/documentário de uma série sobre crimes passionais ocorridos no país, o que pode servir de alerta para outras pessoas que se encontram ou que podem vir a passar por situação semelhante à da ex-companheira do agravante, evitando, assim, a ocorrência de novos crimes”, ressaltou.
Embora a questão ainda vá ser examinada com mais profundidade por
ocasião do julgamento final do recurso, a relatora não vislumbrou, a
priori, os requisitos legais a ampararem o pedido do autor. A
desembargadora concluiu sua decisão com a seguinte citação: “Suavizemos
as dores dos que ficam a chorar. Destruamos seus medos. Se a morte já
saiu vencedora, havemos de derrotá-la através das vidas salvas.”.
Por Lenilson Guedes
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