Publicado em: 25 nov 2015

Jovens brasileiros trabalham mais do que estudam, de acordo com relatório da OCDE

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De acordo com o relatório Education at a Glance 2015 (EAD), apresentado nesta terça-feira, o Brasil tem o maior índice de jovens que não estão estudando, na comparação com países participantes e parceiros da Organização para o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o relatório, 76% dos jovens brasileiros com idade entre 20 e 24 anos não estavam estudando em 2013, enquanto a média dos demais países analisados era de 54%.

Education at a Glance 2015: Panorama da Educação – O relatório é a principal fonte de informações comparáveis sobre a educação no mundo. A publicação, que traz informações sobre a educação no ano de 2013 e dados financeiros de 2012, oferece elementos sobre a estrutura, o financiamento e o desempenho de sistemas educacionais de 46 países, sendo 34 membros da OCDE, mais os países parceiros e do G20.

Trabalho – O EAD ainda mostrou que o Brasil foi “campeão” de jovens da mesma faixa etária (20-24) inseridos no mercado de trabalho: 52% dos alunos que estão fora da escola são vistos trabalhando. “Embora o fato de que esses indivíduos não estarem mais estudando seja motivo de preocupação, é importante notar que a maioria deles estava trabalhando em vez de estudando”, acrescenta o relatório, com base em dados de 2013.

Mesmo assim, grande parte da juventude brasileira continua entre os que nem estudam nem trabalham (conhecidos como os nem-nem). Segundo o relatório, mais de 20% dos indivíduos entre 15 e 29 anos faziam parte deste grupo em 2013, número bem acima da média dos países da OCDE, de 16%, mas próximo do restante dos países da América Latina, como Chile (19%), Colômbia (21%) e Costa Rica (19%).

Estudos – O relatório mostra que as novas gerações têm avançado mais nos estudos em comparação com os mais velhos. O Brasil apresenta uma das maiores diferenças entre gerações: enquanto apenas 28% dos indivíduos entre 55 e 64 anos concluíram o ensino médio, o percentual aumenta para 61% entre os de 25 a 34 anos.

Em 2013, 54% dos adultos com idade entre 25 e 64 anos não tinham completado o ensino médio no Brasil, bem acima da média da OCDE, de 24%. Segundo a publicação, analisar as taxas de conclusão de diferentes gerações é uma maneira de observar o ritmo em que sistemas educacionais têm se expandido nos países.

O Brasil também aumentou a parcela da população com um diploma de ensino superior, “embora esse aumento venha ocorrendo em ritmo lento”, diz o texto. Entre 2009 e 2013, a parcela da população com idade entre 25 e 64 anos que concluiu o ensino superior passou de 11% para 14%. O nível está abaixo da média da OCDE, de 34%, e das taxas de outros países latino-americanos, como o Chile (21%), a Colômbia (22%), a Costa Rica (18%) e o México (19%).

Remuneração de professores – No Brasil, o percentual destinado a gastos com remuneração de pessoal é abaixo da média, segundo o relatório. Para os anos iniciais do ensino fundamental, cerca de 73% das despesas correntes são destinadas à remuneração de pessoal, enquanto a média da OCDE é de 79%. O texto diz ainda que um padrão semelhante se repete nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.

“Embora não haja uma relação direta, esses valores podem refletir o nível dos salários dos professores dessas etapas de educação no Brasil. Salários iniciais para professores com qualificação mínima são os mesmos para cada nível desde a pré-escola até o ensino médio e estão entre os mais baixos para todos os países e parceiros da OCDE com dados disponíveis”, informa o texto.

Em 2012, o gasto do governo com instituições públicas de ensino básico a superior representou 5,6% do PIB, número relativamente maior que a média dos países da OCDE, de 4,7%. A proporção é a quinta mais alta entre todos os países e parceiros presentes no ranking da organização.

 com Agência Brasil



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