Publicado em: 11 jun 2020

João Teodoro prevê explosão da demanda imobiliária pós Covid-19

Em recente artigo sobre o mercado imobiliário no Brasil pós-pandemia, o presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, João Teodoro da Silva lembra que a primeira morte registrada em função do novo coronavírus no Brasil aconteceu dia 23 de janeiro de 2020, em Minas Gerais. A segunda, veio em 26 de fevereiro, em São Paulo.

Em 11 de março, a Organização Mundial de Saúde declarou a pandemia. Em 17 de março, veio isolamento social, mas que até a presente data  não há como saber se já foi atingido ou não o pico do contágio.

Apesar de prever que o trabalho só seja retomado em sua plenitude em 2021, ele vê com otimismo as perspectivas para o mercado imobiliário. “O crescimento previsto para 2020, de mais de 20% em relação a 2019, foi estancado, mas não anulado. Houve, na verdade, um adiamento. A demanda foi reprimida, mas continua latente. Assim que a economia voltar a funcionar, essa demanda explode. Só precisamos de boas condições macroeconômicas. Mas isso nós temos”, afirma.

Ele destaca ser o Brasil um país de dimensões continentais, com mais de 8,515 milhões de km² de território, classificado como a oitava economia global, com 2,93% do PIB mundial, entre 193 países soberanos, e cerca de 212 milhões de habitantes, com agronegócio poderoso, que produz quatro vezes o que a população consome. Não à toa, está em segundo lugar no mundo em volume de alimentos exportados para 180 países, abaixo apenas dos EUA.

“A pandemia provocou reviravolta na economia mundial, e também no Brasil”, constata João Teodoro, que não se mostra assustado, garra e a disposição do povo brasileiro para vencer obstáculos, com a queda do PIB em 2020, estimada em cerca de 5%, mas que pode ser maior, já que no mundo a queda média poderá chegar a 9%,

Para JT, esse é, aliás, o maior patrimônio do brasileiro: capacidade para desenvolver novas ideias, novas tecnologias, novas formas de trabalho e novas percepções.

Ele reconhece o ineditismo da crise pandêmica, mas considera o brasileiro um expert na superação de crises e historia que além do Réis, moeda herdada de Portugal, desde 1942, com a implantação do Cruzeiro, até 1994, com o atual Real, já houve oito moedas diferentes : Cruzeiro, Cruzeiro novo, Cruzeiro, Cruzado, Cruzado novo, Cruzeiro, Cruzeiro Real e Real, e ainda a URV, moeda de transição para o Real. Em 1987, com a queda do plano Cruzado, chegou a ser registrada uma  inflação de 80% ao mês.

“Hoje, temos uma demanda reprimida por imóveis. Ou seja, muitos deixaram de comprar por causa do isolamento social, não porque não podem. Mas, assim como em 2005 (início do nosso boom imobiliário), quando veio à luz a grande demanda reprimida por falta de financiamentos, também será em 2021. Passada a pandemia, muitos voltarão a comprar. Os bancos afirmam que teremos financiamentos para todas as classes sociais”, vaticina.

João Teodoro conclui, avaliando que o Governo Federal tem feito sua parte, através de programas de apoio a grandes, médias e pequenas empresas e aos trabalhadores e profissionais autônomos, que já somam mais de 700 bilhões de Reais. Por outro lado, nunca na nossa história se teve juros oficiais (SELIC) de 3% ao ano, nem inflação tão baixa, na casa dos 2,2% ao ano. “Hoje temos, inclusive, financiamento habitacional a juros fixos por até 30 anos. Só precisamos de trabalho e fé. Mas isso não nos falta”, arremata.




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