João Pessoa passa a ser nesta quarta-feira o centro de discussão sobre qualidade do ar
De cada dez pessoas no mundo, nove respiram ar poluído e cerca de sete milhões de pessoas morrem todos os anos por conta da exposição às partículas finas contidas no ar atmosférico, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Para discutir e traçar estratégias para diminuir os índices de poluição do ar no Estado, o Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool na Paraíba (Sindalcool), em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), vão promover amanhã (19) e quinta-feira (20), o II Workshop de Qualidade do Ar, com transmissão pela internet.
Segundo um estudo elaborado em 2017 pela OMS, mais de um quarto – 1,7 milhões – das mortes de crianças com menos de 5 anos de idade são o resultado da poluição ambiental. Desses casos, 570 mil são provocados por infecções respiratórias, incluindo pneumonia.
Conforme a coordenadora do Laboratório de Tecnologia de Biocombustíveis do Instituto de Desenvolvimento da Paraíba (Idep) da UFPB, Nataly Albuquerque dos Santos, o material particulado (pó das emissões) é um dos principais poluentes provenientes da queima de combustíveis fósseis e do setor industrial que podem causar efeitos nocivos à saúde da população.
Ela lembrou que a nova legislação dispõe sobre os padrões de qualidade do ar e especifica limites para o Material Particulado de tamanho de 2,5 micrômetros (MP 2,5). Esse pó muito fino pode ser inalado e causar problemas respiratórios em crianças e idosos, por exemplo.
Para a pesquisadora e professora da UFPB, o monitoramento da qualidade do ar em grandes centros urbanos é essencial para identificar regiões e horários com grande emissão de poluentes e, assim, alertar a população e subsidiar os órgãos públicos para a tomada de decisões. “Isso ainda possibilita demonstrar as vantagens da utilização de biocombustíveis, como o etanol, que são praticamente isentos de material particulado”, destacou.
Segundo Nataly, esse evento é de grande importância para iniciar o monitoramento da qualidade do ar na Paraíba e consolidar as pesquisas na área.
Uma esperança de apoio ao monitoramento do ar na capital começa a surgir na Paraíba, onde atualmente, um grupo de pesquisa da UFPB formado pela própria Márcia Pontieri, professora Nataly Albuquerque, professor Cleonilson Protásio de Souza e alguns alunos de graduação e do Programa Regional de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema), começaram a realizar o monitoramento de material particulado, em parceria com a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema).
“A nossa proposta é montar uma estação de monitoramento de poluentes atmosféricos, juntamente com os sensores, para mapear os principais pontos de poluição e informar à população”, disse a professora Márcia Pontieri.
Para Edmundo Barbosa do Sindalcool a Estação de Monitoramento deve sair do papel, o apoio e a energia da sociedade mobilizam para novos tempos com melhor prevenção. O seminário instiga o mundo acadêmico, além da sociedade civil organizada, a debater sobre o tema, cada vez mais importante para a qualidade de vida da população, principalmente, frente à pandemia do novo coronavírus, que afeta diretamente o sistema respiratório.
Cientistas da Escola de Saúde Pública de Harvard acreditam que o Covid-19 pode ser conduzido pelo pó em suspensão no ar.
Durante os dois dias do evento, renomados pesquisadores de todo o país, professores, gestores públicos, executivos e políticos, farão da Paraíba o centro do debate sobre monitoramento da qualidade do ar, por meio de mesas temáticas que abordarão assuntos como: Cidades Inteligentes; Exposição pessoal aos poluentes particulados na atmosfera urbana; Importância do monitoramento da qualidade do ar, além da palestra sobre o Uso dos biocombustíveis para a melhoria da qualidade do ar e redução de emissões tóxicas.
As inscrições, que são gratuitas, podem ser realizadas por meio do site: www.doity.com.br/qualidadedoar
Toda a programação do evento também poderá ser conferida neste site.
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