Indonésia: dois pesos, duas medidas
Hoje,lamentavelmente, foi fuzilado na Indonésia o brasileiro Rodrigo Gularte, preso em 2004 ao entrar no país com cocaína em uma prancha de surf. Esse fato provocou-me uma série de reflexões, mas não quero julgar aqui o fato se o brasileiro errou ou não em entrar com drogas em outro país, ou se o Brasil pode ou não interferir em assuntos internos de outros países. As questões que pretendo destacar aqui são outras:
Primeiro destaco a falta de credibilidade que o Brasil está no cenário internacional. Foram vários pedidos de clemencias feitos pelo Itamaraty, pelo governo Lula e pela presidenta Dilma a Indonésia, e todos foram negados. Isso demonstra como o Brasil anda em baixa no mundo.
Destaco também a incoerência da Indonésia em não aceitar o pedido de clemencia da presidenta Dilma, por outro lado, a Indonésia pediu clemencia a Arábia saudita para liberar sua cidadã Satinah Jumadi Binti Ahmad, de 41 anos, condenada à morte em 2011 na Arábia Saudita, após ser presa em 2007, acusada de ter assassinado a esposa de seu patrão e roubado uma quantia da família. A Indonésia é rígida para fazer valer suas leis internas, mas quer flexibilidades nas leis dos outros países.
Fazendo uma pesquisa breve antes de produzir esse artigo li uma matéria na Blog de Reinaldo Azevedo que a Indonésia não libera traficantes, mas entre 2013 e 2014 liberou, pelo menos 300 terroristas da cadeia. Que hipocrisia!!!! (ver matéria na integra http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-indonesia-so-e-clemente-com-o-terror/ )
Mais uma vez ressalto que o mérito aqui não é julgar o ato de Rodrigo Gularte, mas não posso deixar de externalizar de como brasileiro sinto profunda consternação.
*Paulo Henrique
Mestre em Relações Internacionais e Bacharel em Economia.
Acompanhe as notícias do Portal do Litoral PB pelas redes sociais: Facebook e Twitter