Publicado em: 7 mar 2023

Inadimplentes do Fies acumulam R$ 11 bilhões em dívidas atrasadas

O governo federal tem R$ 11,3 bilhões em parcelas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) que já deveriam ter sido pagas, mas estão em atraso. Dos quase 1,9 milhão de ex-estudantes que já estão na fase de pagamento das parcelas, a chamada amortização, 53,7% estão com a dívida atrasada há mais de três meses. Os dados, atualizados semestralmente pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) foram obtidos pela produção da TV Globo via Lei de Acesso à Informação (LAI).

Na noite desta segunda (6), o ministro da Educação, Camilo Santana, admitiu, em um vídeo publicado nas redes sociais, que “a inadimplência do Fies está altíssima”, e anunciou a criação de um grupo de trabalho interministerial para discutir o problema, além de possíveis mudanças do programa, como aumento do teto de financiamento e a desburocratização do fundo.

“Não dá tempo para mudar as regras já para essa inscrição agora. Essas regras poderão mudar a partir do resultado do trabalho, que vai ser formado por esse comitê gestor”, afirmou ele.

O Ministério da Educação abriu nesta terça-feira (7) as inscrições para mais de 67 mil novos contratos de financiamento estudantil no primeiro semestre.

Quem fez o Enem em alguma edição desde 2010 e preenche os requisitos mínimos de nota no exame e renda familiar per capita pode disputar uma das vagas até a próxima sexta-feira (10) no site https://acessounico.mec.gov.br/fies.

Dívida atrasada quase dobrou desde 2021
O valor das parcelas que o governo já deveria ter recebido, mas não foram pagas, tem aumentado em ritmo acelerado: em abril de 2019, eram R$ 2,5 bilhões em valores devidos. Em junho de 2021, novo balanço do FNDE mostrou que o saldo havia subido para R$ 6,6 bilhões. Agora, ele já passa de R$ 11 bilhões.

Em 2022, o FNDE diz ter arrecadado R$ 4,7 bilhões em pagamentos das parcelas (atrasadas ou em dia) do Fies, um recorde desde 2015. No total, considerando as parcelas que ainda não venceram, os quase 1,9 milhões de contratos somavam R$ 111,6 bilhões em dezembro de 2022.

G1




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