HU de João Pessoa realiza mutirão para tratamento de distúrbio do esôfago
Utilizando uma técnica altamente avançada, o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB/Ebserh) realizou um mutirão para tratamento da acalásia. As cirurgias de miotomia endoscópica peroral foram realizadas em parceria com a equipe do cirurgião endoscopista Antônio Carlos Conrado, responsável por aperfeiçoar a técnica cirúrgica endoscópica denominada Poem que atualmente é considerada uma das melhores opções terapêuticas para os pacientes com diagnóstico da doença.
O mutirão, realizado no Centro de Cirurgia Ambulatorial e Endoscopia (Cecae) do HULW na última sexta-feira (24), beneficiou cinco pacientes diagnosticados com a acalásia do esôfago, doença caracterizada pela ausência dos movimentos peristálticos que empurram os alimentos para o estômago e pelo estreitamento do esfíncter do esôfago. Ou seja, o problema causa dificuldade da ingestão de alimentos sólidos e líquidos, levando ao emagrecimento e desnutrição do indivíduo, por exemplo.
Segundo o gerente de Atenção à Saúde, José Eymard Medeiros Filho, o mutirão foi organizado pelo HULW em parceria com o cirurgião endoscopista Antônio Carlos Conrado, e todos os pacientes operados são acompanhados pelo hospital. “Fizemos uma seleção dos pacientes, os quais passaram por rigorosa avaliação. O HULW disponibilizou, além do local, equipamentos e toda a estrutura de anestesia, equipe de enfermagem e médicos endoscopistas que auxiliaram o doutor Conrado, que veio do Recife para realizar os procedimentos”, informou.
A técnica Poem, que em João Pessoa ainda não é realizada pelo SUS, está indicada para pessoas com acalásia e tem a vantagem de ter menores taxas de complicação aliadas a excelentes resultados, promovendo uma melhor qualidade de vida aos pacientes pós operado. “A miotomia tem se mostrado exitosa resultando em menores riscos, menor tempo de internação, e menor desconforto. É um procedimento menos invasivo do que o procedimento cirúrgico e que proporciona resultado igual ou melhor para o paciente”, disse o gerente de Atenção à Saúde.
“O procedimento consegue devolver as funções do esôfago com menores riscos. O médico Antônio Carlos Conrado, que aprimorou a técnica, e sua equipe foram nossos convidados para a realização do mutirão de miotomia no HULW, que contemplou pacientes não apenas da Paraíba, mas também de outros estados”, explicou a chefe interina do Cecae do HULW, Gleide Delfino, que também atua como coordenadora de enfermagem da unidade. Na rede privada, o procedimento custa em média R$ 15 mil.
Sintomas e tratamento da acalásia
A acalasia pode acometer pessoas em qualquer faixa etária e possui progressão gradual ao longo dos anos. A patologia é mais comumente idiopática (que não tem relação com outra e que se manifesta sozinha), mas pode ocorrer de origem secundária devido à doença de Chagas ou a complicações do diabetes, por exemplo. Os sinais são perda de peso, disfagia, dor torácica e regurgitação que, no grau mais elevado da doença, ocorre em todas as refeições.
A patologia deve ser identificada e tratada precocemente para evitar o surgimento de complicações como deficiências nutricionais, problemas respiratórios e, até mesmo, câncer no esôfago, já que os pacientes com acalásia têm maior risco para desenvolver o problema em relação à população geral. Os exames que confirmam o diagnóstico de acalásia são radiografia contrastada do esôfago, manometria de alta resolução e endoscopia digestiva alta.
Antes de iniciar o tratamento, é necessário que o paciente passe por uma avaliação completa, com a realização dos exames indicados. Os procedimentos, no caso da acalásia, são tratamento endoscópico, cirurgia endoscópica (Poem), e tratamento cirúrgico com a cirurgia de Heller.
NO HULW – Entre os integrantes da equipe do mutirão de miotomia endoscópica peroral, representando o Hospital Universitário Lauro Wanderley, estiveram o coordenador médico do Cecae, Rafael Nahoum, o anestesista Danylo Amarante, e a equipe de enfermagem. Entre os especialistas convidados, além do cirurgião endoscopista Antônio Carlos Conrado, estiveram a engenheira clínica Juliana Grisi, responsável pelo projeto Poem; a médica Keilha Andrade; e a psicóloga Wilza Diane.
Assessoria
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