Publicado em: 7 out 2015

Google anuncia projeto para acelerar páginas da web no celular

Atualmente, são 114 celulares para cada 100 pessoas na América Latina

Estima-se que 30% dos usuários de internet desistem de acessar uma página se o endereço demora mais de 6 segundos para carregar. Se levar mais tempo, pior: mais gente vai embora. Há muita gente de olho nesse problema. O Google anunciou nesta quarta-feira que já está em andamento um projeto cujo principal fruto será aumentar a velocidade de carregamento das páginas da web nos celulares, melhorando a experiência de navegação dos usuários. “Nosso objetivo é reduzir o tempo de carregamento a zero”, diz David Besbris vice-presidente de engenharia da empresa. O resultado deve chegar às mãos dos usuários nos próximos meses.

O projeto se chama Accelerated Mobile Pages (AMP). Ele segue o modelo open source, ou seja, não tem um dono. Ele é construído colaborativamente por empresas de tecnologia, como Google e Twitter, e trinta companhias de comunicação, que também perdem leitores quando suas páginas demoram a carregar. A Editora Abril, que publica VEJA, faz parte do desenvolvimento do projeto Brasil. No exterior, há atores como o jornal americano Washington Post e a rede britânica BBC.

O AMP se apoia em uma reengenharia digital. Hoje, quando o usuário clica em um link para ler um artigo ou assistir a um vídeo em seu celular, um pacote de software é baixado da rede para permitir que a página desejada seja vista adequadamente: textos, fotos, vídeos, anúncios e demais elementos são dispostos da maneira prevista. “Essas aplicações têm entre 2MB e 10MB. Consomem muito do pacote de dados do usuário e impõem lentidão ao carregamento das páginas”, diz Besbris. “Diante desse incômodo, pensamos: e se o usuário não precisasse baixar a aplicação cada vez que clica em um link?”

A arquitetura por trás do AMP prevê que as páginas sejam publicadas com uma nova estrutura, mais enxuta, e que a aplicação que dá vida a elas na tela do celular seja baixada uma única vez. O objetivo é reduzir em dez ou vinte vezes o tamanho dos arquivos. “Isso permitirá o carregamento instantâneo.” Além da força de sua engenharia, o Google vai colocar infraestrutura à disposição do projeto – e, portanto, dos produtores de conteúdo. O gigante vai armazenar as páginas leves, criadas no formato AMP, e distribuí-las na web, se necessário. Os conteúdos originais, contudo, seguem nos domínios de seus proprietários.

Com o AMP, o Google leva adiante aquela que é talvez sua principal missão declarada: “Organizar a informação do mundo e torná-la acessível”, diz Richard Gingras, chefe de notícias e produtos sociais do Google. “Hoje, a internet pelo celular não atende às expectativas dos usuários. Isso precisa ser corrigido”.

Aumentar a acessibilidade é também uma forma de contra-atacar o arquirrival Facebook. Com o projeto Instant Article, que já opera nos Estados Unidos e Europa, a rede social oferece uma via rápida para conteúdos de empresas parceiras, que em tese são acessados de forma instantânea a partir da timeline dos usuários. Nada de sair da rede. É isso também que quer o Google: atrair usuários para fora do universo do Facebook.

Com Veja



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