Publicado em: 20 ago 2023

Fabíola Rezende, protetora ativista da causa animal enaltece importância do Dia Mundial dos Animais de Rua

Neste sábado (19) foi comemorado o Dia Mundial dos Animais de Rua. Uma data criada em 1992 por organizações não-governamentais da Holanda e adotada por outros países, como uma forma de conscientizar para o número de animais abandonados naquele país europeu. Hoje, passados mais de 30 anos, a Holanda zerou o número de animais em situação de rua, enquanto que só no Brasil, segundo estatística da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem mais de 30 milhões de animais morando nas ruas.

“A realidade é que esta data não é para ser comemorada. É um dia especial a mais para reforçar na sociedade paraibana e brasileira a conscientização para evitar que cães e gatos, principalmente, sejam abandonados e entrem nas estatísticas da Organização Mundial da Saúde”, avalia a protetora Fabíola Rezende, ativista da causa animal na Paraíba e presidente-fundadora da ong Ajude Anjos de Rua, que atua, mais especificamente, na Região Metropolitana de João Pessoa e também em outras cidades do interior do estado.

Fabíola destaca dados recentes da OMS também divulgados neste sábado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB): estimativa da Organização Mundial de Saúde aponta que a Paraíba tem cerca de 80,5 mil cachorros e gatos em situação de rua; e o cálculo é feito a partir da projeção da instituição de que há um animal para cada cinco habitantes no país, e, desse número, 10% se encontram em situação de abandono.

“Se a Holanda conseguiu zerar o número de cachorros vivendo na rua, por que não vamos conseguir reduzir esses dados por aqui? Acredito que, a médio prazo, a gente pode conseguir sim. Se não zerar, mas pelo menos amenizar bastante essa situação que é crítica em quase todas as cidades brasileiras. E aqui na Paraíba, municípios como Patos, no Sertão, o problema já passou dos limites”, alerta Fabíola Rezende.

O Dia Internacional do Animal Abandonado é comemorado todos os anos no terceiro sábado de agosto desde 1992. A próxima data comemorativa será no dia 17 de agosto de 2024. Ela tem o objetivo de promover a adoção de animais abandonados, educar as pessoas para não abandonar os animais, além de mostrar os benefícios de tratar devidamente os animais domésticos. “Adotar, cuidar e esterilizar são os principais conceitos divulgados neste dia, que ajudam a combater a superpopulação de animais nas ruas”, completa Fabíola Rezende.

Neste sábado, a data também foi enaltecida pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba, chamando a atenção para a importância das ações de controle populacional de cães e gatos, e também destacando o trabalho desenvolvido por projetos no estado. O médico-veterinário José Cecílio, presidente do CRMV-PB, ressalta que as ações colaboram com a redução da natalidade sem agredir os direitos e bem-estar animal. Ele destaca que a Paraíba conta com onze projetos desse tipo em funcionamento e outros que aguardam aprovação do Conselho.

“Em muitos casos, os problemas relativos ao abandono e maus-tratos a animais são agravados pela falta de esclarecimento das pessoas com relação à responsabilidade envolvida na posse de um animal. Esse é um dia importante para abordarmos o tema e conscientizar a população para a questão da adoção e suas implicações”, comenta.

Na Paraíba, onze projetos desenvolvem ações para garantir o controle populacional e evitar o aumento do abandono nas cidades. Eles funcionam em municípios como João Pessoa, São José da Lagoa Tapada, São Bento, Guarabira, Alhandra, Sumé, Cabedelo, Boa Vista, Campina Grande, Congo e Bonito de Santa Fé, através da castração, da prática de esterilização cirúrgica e ações educativas divulgando o conceito de posse responsável.

O abandono de animais é crime de maus-tratos, segundo a Constituição Federal e a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98). A legislação vale para animais silvestres, domésticos, nativos ou exóticos, de pequenos, médios ou grande porte e prevê detenção de três meses a um ano e multa para quem pratica atos contra quaisquer tipos de animais. Uma nova lei (14.064/2020), que ficou conhecida como Lei Sansão, aumentou a pena para quem maltratar cães e gatos: de dois a cinco anos de reclusão, multa e proibição da guarda.

A Semana com Assessoria – Fotos: Divulgação – Contato: [email protected]




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