Explosão no Rio atinge 40 imóveis; buscas prosseguem
Cerca de 40 imóveis de uma vila foram destruídos pela explosão que ocorreu na madrugada desta segunda-feira em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O acidente aconteceu por volta das 3 horas na Rua São Luiz Gonzaga. Pelo menos sete pessoas, entre elas uma criança, foram resgatadas dos escombros. Bombeiros ainda trabalham no local em busca de pessoas soterradas. Há informações de que uma pensão funcionava no local.
Das sete pessoas levadas para o Hospital Municipal Souza Aguiar, nenhuma foi resgatada em estado grave. Quatro já receberam alta – Ana Queila Araújo, de 38 anos; Mauro L. Araújo, de 44 anos; Jair C. Silva, de 27 anos; e outra vítima identificada como Valdecir. Três continuam internadas: uma menina de 9 anos; Manuel Araújo, de 89 anos; e Maria Márcia, de 28. Carlos S. Tomás, de 22 anos, foi atendido pelo Corpo de Bombeiros no local e liberado em seguida.
O subsecretário de Defesa Civil, Márcio Motta, informou que 40 imóveis foram afetados pela explosão. De acordo com ele, o proprietário da pizzaria Dell’Arco já admitiu que tinha cilindros de gás, embora na região haja gás encanado e o uso de cilindros seja proibido. Ainda não é possível, segundo Motta, saber se o vazamento de gás aconteceu na pizzaria, mas é grande a possibilidade. A hipótese mais provável para a explosão é a do vazamento de gás.
Dono de uma loja de esportes vizinha à pizzaria, José Augusto Cabral disse que já tinha denunciado o estabelecimento às autoridades por causa do uso indevido de gás de botijão. A loja dele ficava ao lado de uma papelaria que ficava colada à pizzaria. “Quando estourou aquele caso na cidade [explosão do restaurante Filé Carioca em 2011], eu fiz a denúncia para Defesa Civil, Região Administrativa, e Bombeiros”, afirmou Cabral. O lojista disse que foi um funcionário do local que informou sobre o uso de gás de modo irregular. “Tinha um empregado que dizia que tinha botijão de gás na cozinha. Eu era preocupado com isso porque era do meu lado [a loja]”, afirmou ele. De acordou com Cabral, ele teve perda total na loja. “Caiu tudo. Não tem mais nada”, disse ele.
Com o impacto da explosão, caixas de pizzas foram arremessadas até mesmo no heliponto do prédio administrativo do Banco Itaú, vizinho ao local da explosão.
O subsecretário Motta disse ainda que há dois meses houve um pequeno vazamento de gás canalizado na região e que foi rapidamente resolvido. Ele informou também que não há nenhuma pessoa reclamando por parentes desaparecidos. Mesmo assim, os bombeiros seguem as buscas.
‘Teto desabando’ – Os primeiros policiais que chegaram ao local do acidente contaram que a explosão começou na pizzaria Dell’Arco, no número 44 da Rua São Luiz Gonzaga. Em seguida, outros imóveis foram atingidos.
A costureira Marlene Sangy, de 46 anos, contou que acordou com o forte estrondo e logo o teto da quitinete em que mora com os dois filhos veio abaixo. “O teto estava desabando em cima da gente. Meu filho pegou minha filha rápido, gritando, tudo caindo em cima dela. E quando chegamos ao corredor não havia mais nada. Tinha caído tudo”, contou.
Marlene confirmou que o restaurante não tinha ligação de gás encanado e era abastecido por botijões. A quitinete em que morava ficava atrás de uma farmácia, à esquerda da pizzaria. Na casa dela, também não havia gás encanado. Como permaneceu com o telefone celular, Marlene conseguiu pedir socorro. “Tiraram a gente por cima do muro.”
Por volta das 9h30, bombeiros procuram sobreviventes no local. Eles usam retroescavadeiras para remover escombros e cães farejadores chegaram ao ponto da explosão para tentar localizar possíveis vítimas. Bombeiros pediam silêncio na tentativa de ouvir eventuais pedidos de socorro.
Prédios no entorno da vila foram atingidos pelo impacto da explosão. Três lojas que ficavam ao lado da pizzaria foram destruídas completamente. Dois restaurantes e uma farmácia também foram atingidos. Edifícios vizinhos tiveram janelas danificadas.
Depois da explosão houve focos de incêndio. Vizinhos ajudaram uns aos outros para conseguir deixar o local. Algumas casas tinham dois andares. “A suspeita maior é vazamento de gás por botijão. O pessoal da CEG [companhia de gás] disse que não há ligação com esses imóveis. Estamos com as equipes de assistência social para auxiliar essa população no que for possível”, disse o prefeito Eduardo Paes (PMDB), que chegou ao local às 5 horas.
Com Estadão Conteúdo
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