Publicado em: 29 set 2021

Exercício físico regular estimula hormônios que podem contribuir para a prevenção do suicídio

O mundo vive a reta final do Setembro Amarelo que chama a atenção para a prevenção ao suicídio, segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). E como a campanha visa prevenir esse mal do século, a prática de exercício físico regular pode ser um aliado, pois é responsável pela produção de neurotransmissores e outros neuromoduladores como a serotonina que ajuda a regular o sono e o humor, as endorfinas que causam sensação de bem estar, euforia e aliviam as dores crônicas, além da dopamina que é analgésica e tranquilizante.

Como uma das alterações que mais contribuem para esses casos estão a depressão, transtornos de ansiedade, esquizofrenia e distúrbios por uso de drogas lícitas e ilícitas, sem dúvida, nesse cenário, a depressão é a mais relevante atingindo 30 milhões de pessoas no mundo, e no Brasil apresentando-se com a maior taxa de incidência da América Latina (5,8% da população, ou seja, quase 12 milhões de pessoas).

Nos últimos 16 anos, mortes advindas dos processos depressivos cresceram 705%. A pandemia também incrementou as doenças psíquicas devido as perdas de diversas vidas, problemas financeiros e o isolamento social. O problema mora do nosso lado, ou debaixo dos nossos próprios olhos.

Para a médica do esporte e nutróloga, Clarissa Rios, entre as várias formas de prevenção, o exercício físico se encontra com uma perspectiva possível e eficiente, pois tem potencial de promover a secreção de substâncias neuromoduladoras cerebrais que, além de proteger contra o envelhecimento cerebral, são capazes de modular as respostas emocionais.

De acordo ainda com Clarissa Rios, durante o movimento físico, nosso corpo libera substâncias relacionadas ao bem estar que ajudam no controle do humor, ansiedade e insônia, sem contar na melhora da auto estima. “Jovens que praticam exercícios regulares relatam menor quantidade de episódios de tristeza, e pessoas sedentárias apresentam maior prevalência de quadros depressivos”, informou.

A médica do esporte e nutróloga ainda lembrou que populações que praticam exercícios regulares também utilizam com menor frequência medicamentos antidepressivos, isso porque, esses medicamentos, na grande maioria das vezes, são utilizados para permitir que os neurotransmissores permaneçam disponíveis por mais tempo nas sinapses nervosas, fazendo suas ações de modulação do metabolismo.

A tristeza de longa data, a falta de vontade de fazer as coisas, a labilidade emocional, a dor crônica, podem reduzir a produção dos compostos do nosso sistema nervoso central, afetando não só o humor, mas a execução das tarefas diárias e até mesmo dos processamentos cerebrais como a memória, a capacidade de concentração e o sono.

Para a Dra Clarissa Rios, algumas pessoas necessitarão de medicamentos que possam substituir a produção endógena devido a momentos de agudização da depressão e ansiedade, contudo, em longo prazo, podem utilizar o exercício físico regular como remédio, já que atuará também no cérebro, reproduzindo efeitos semelhantes.

Conforme artigo científico publicado em 2001, o aparecimento de sintomas depressivos é maior nas pessoas que têm menos tempo dedicado as atividades físicas.

Outro artigo publicado em 2007 apontou que o sedentarismo é um fator relacionado positivamente com a depressão, sugerindo um efeito protetor do exercício para o surgimento dessa doença. “Quem faz exercício físico está fazendo uma poupança para o envelhecimento saudável”, afirmou a médica Clarissa Rios.




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