Eurico Miranda polemiza sobre homossexuais e xinga ouvintes em programa de rádio
Não faltaram polêmicas e palavrões na entrevista que Eurico Miranda concedeu ao programa “De Cara”, da Rádio FM O Dia, na noite desta quarta-feira. Por cerca de duas horas, o presidente do Vasco conversou com o jornalista Léo Dias e a atriz Antônia Fontenelle. Em determinado momento, falou sobre homossexuais. E disse “não ter nada contra os gays”, e, sim, contra os “veados”.
– Eu não tenho e nem nunca tive nada contra gay. Eu tenho contra “veado”. Gay é uma opção, “veado” é o que faz “veadagem”. Eu sou contra “veado”. E o “veado” não precisa ser gay para ser “veado” – disse.
A entrevista contou com a participação dos ouvintes, que puderam interagir com o estúdio e enviar perguntas a Eurico. Por mais de uma vez, porém, o presidente vascaíno se exaltou e os xingou. Um deles, por exemplo, foi chamado de “babaca”. Outro, de “flamenguista de m…”, quando citou alguns casos envolvendo-o e questionou se Eurico não tinha medo de também ser investigado, assim como os dirigentes da Fifa nos últimos dias.
– Estou preocupado para c… Você deve ser um flamenguista de m… Se você não sabe, vou te explicar. O problema é o seguinte: fui investigado, chacoalhado de cima para baixo e nada foi encontrado (CPI). Para sua informação, este episódio da Fifa eu denunciei tudo isso em 1998 ou 1999. É só procurar na internet. Boa sorte – afirmou.
Outro ouvinte participou do programa para questionar Eurico Miranda sobre a veracidade de um boato antigo de que o dirigente teria fugido com a renda de um jogo do Vasco na década de 90. O presidente, novamente, não teve papas na língua e foi ríspido na resposta.
– Meu camarada, deixa eu dizer para você: isso é uma grande babaquice. Como eu vou sair correndo com uma renda? Primeiro, eu nunca saí correndo de lugar nenhum, e ando com seguranças para que alguns babacas como você não me façam esse tipo de pergunta. Quem lida com milhões vai se preocupar com tostões?
Juninho, fair play e Bernardo
Dentre os vários assuntos abordados ao longo da entrevista, um dos debatidos foi a suposta proibição de Eurico por um minuto de silêncio antes de uma partida contra o Flamengo pelo falecimento do pai de Juninho Pernambucano. O presidente vascaíno deu a sua versão e disse que nunca foi procurado pelo ex-jogador. Ainda o chamou de “mentiroso”:
– Ele contou isso. Contou muita história. É um mentiroso. Não é verdade. Ele pediu ao Flamengo e não ao Vasco? Não pediu, não. Quem trouxe ele fui eu. Veio como contrapeso. Trouxe o Leonardo, atacante, que fazia gols como poucos. Devolvi o Leonardo e fiquei com o Juninho. Aí, depois, com a Lei Pelé, quem foi o primeiro a ir na Justiça? O Juninho. Não me consultou, não pediu (sobre o minuto de silêncio). Se tivesse me consultado, por acaso, não teria nada a opor.
Não faltaram críticas também às regras e formas do futebol atual. Uma das falas foi sobre o fair play. Segundo Eurico, “futebol é uma guerra”.
– A maior m… que existe no futebol é uma coisa chamada fair play. Futebol é uma guerra. Até na pelada é uma guerra. Você entra para ganhar. Não pode chegar e ter essas babaquices para lá, para cá, colocar a bola para fora. Por qual motivo tem que devolver? Sabe o que isso ocasiona? O jogador fingir que está contundido, colocar a bola para fora sem motivo – falou.
À rádio, Eurico ainda fez sua primeira manifestação pública sobre as duas últimas polêmicas em que o meia Bernardo se envolveu: discussão com torcedores em rede social e suspeita de agressão à ex-namorada. Ao afirmar que a continuidade em São Januário depende do jogador, o presidente garantiu que o clube não irá se envolver em questões que não lhe dizem respeito.
– Depende dele. Teve o contrato suspenso por problema comportamental. É por 20 dias. Por este tempo, não tem relação. O problema comportamental é no geral: atinge fora e dentro do clube. Como este é um problema pessoal, não terá apoio jurídico do clube. Problema de relacionamento, o clube não tem nada a ver. É de natureza pessoal – disse.
De acordo com Eurico, Bernardo teve a atenção chamada “mais de uma vez”. A suspensão, acrescentou, foi a última medida:
– Foi chamado. Sempre. Desde a primeira vez. Até que chegou a um ponto que levou a isso: suspensão do contrato. Isso não quer dizer que se jogou o rapaz na rua. Após este tempo, se fará uma avaliação. Ou se acaba indo para a rescisão de contrato ou se tem uma nova oportunidade. Na verdade, não é uma nova. Já teve muitas oportunidades.
Com 180 Graus
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