Publicado em: 17 mar 2022

“Estou otimista”, afirma senador sobre liberação dos jogos de azar no Brasil

Ângelo Coronel (PSD-B) afirma que existem blocos de resistência à proposta no Senado, mas que diálogo pode destravar acordo no Congresso

A crise econômica é um dos principais aliados do senador Ângelo Coronel (PSD-BA) para convencer políticos contrários à aprovação do projeto lei que libera os jogos de azar no Brasil. O senador esteve no grupo que atualizou a proposta ao longo do ano passado, em parceria com deputados federais. O grupo, criado por Arthur Lira, espera votar o PL ainda no primeiro semestre de 2022. Para entender melhor a dinâmica dos jogos de azar, como pôquer e roleta, leia mais informações sobre as duas modalidades que estão entre as preferidas dos brasileiros

Coronel argumenta que a falta de arrecadação dos cofres brasileiros, a crise econômica derivada da pandemia e a inflação causada pela instabilidade do cenário internacional tem desvalorizado o real. O custo de vida está alto e o governo federal afirma não ter dinheiro para, por exemplo, subsidiar o preço dos combustíveis. Com isso, é preciso arranjar dinheiro.

“Existem alguns blocos de resistência. Será preciso mostrar que a legalização será benéfica para a economia brasileira. É o que tenho feito, mostrando não só a alta capacidade de geração de empregos, mas também as possibilidades de receita em impostos para os cofres públicos”, afirmou o político em entrevista ao site Game Brasil.

Além da arrecadação, Ângelo Coronel também destaca os empregos criados. “Não podemos nos esquecer da criação de postos de trabalho formais e o incremento ao turismo”. A liberação prevê a criação dos cassinos integrados em resorts, o que certamente vai impulsionar a estrutura hoteleira do país.

O senador elogiou os trabalhos feitos na Câmara para atualizar o texto que tramita na Casa desde 1991. “A Câmara agiu corretamente. Ficar contra a legalização significa apoiar a clandestinidade. Os deputados entenderam muito bem que o jogo existe e que a formalidade trará benefícios para toda a sociedade e para as finanças do Brasil”, analisou.

De acordo com Ângelo Coronel, os parlamentares que apoiam a liberação dos jogos de azar precisam encontrar pontes de diálogo com opositores. Ao menos na Câmara, um dos maiores pontos de conflito está na bancada evangélica, que já afirmou publicamente a intenção de barrar a proposta. Ainda assim, Coronel não acha que o melhor seja desistir do tema.

“Quando relato alguma matéria procuro sempre ouvir os envolvidos para melhorar o texto. Isso vem sendo feito e as discussões são sempre no sentido de trazer mais informações e consistência ao projeto para que sua apreciação seja a mais transparente possível. Vamos aguardar o ritmo como o PL andará no Senado, explicou.

Ele complementou, ressaltando que o Brasil está ficando para trás no que diz respeito à liberação da modalidade. “As grandes potências mundiais, com exceção da Indonésia e da Arábia Saudita, que compõem o G20, têm os jogos legalizados, assim como os países do Mercosul, com exceção do Brasil. Nós temos de tratar jogos como uma atividade econômica forte e capaz de reduzir o desemprego e aumentar a arrecadação de impostos, analisou.

 

 




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