Empresários paraibanos assinam convênio para a implementação de primeiro kartódromo sustentável no Brasil
A construção do primeiro kartódromo totalmente ecológico, terceiro projeto desenvolvido pela agência paraibana de captação de recursos Plataforma Onze para atender o Instituto Chico Neto Racing, começa a ser implementado em Armação dos Búzios-RJ, onde na segunda-feira (14), foi assinado um convênio com a Prefeitura Municipal e empresários locais, no valor de aproximadamente R$ 7 milhões para a construção do empreendimento numa área de 2,5 hectares no município.
A solenidade de assinatura do convênio contou com a participação do prefeito de Búzios, Alexandre Martins (PRB), o presidente do Instituto Chico Neto, Jailson Florentino, os pilotos de kart, Chico Neto e Pietro Nalesso e a Ceo da Plataforma Onze, Pryscilla Dora.
“Esse foi o primeiro contato com os representantes do Instituto Chico Neto Racing. Estar aberto e acessível ao diálogo é importante para planejamentos e futuros projetos sociais como esse. Estou aqui para buscar sempre o melhor para o nosso município. Certeza de que esse vínculo será um grande ganho para a nossa região”, comentou Alexandre.
Para o diretor de relacionamento da Plataforma Onze, Fabrício Dora, na concepção desse projeto a empresa procurou incorporar iniciativas de acessibilidade, utilizar conceitos de sustentabilidade na obra, com o uso de energias renováveis, além de um método de construção mais verde possível, desde o tipo de asfalto a ser usado na obra, como outros tipos de materiais. “E ainda outra novidade, é que as corridas no equipamento serão com karts elétricos”, anunciou.
Fabrício revelou que o projeto deste kartódromo contará com escolas de mecânica para crianças em situação de vulnerabilidade social, como também abrigará outros tipos de entretenimento numa imensa área de lazer que está sendo construída, e isso vem de encontro com o plano de governo da atual gestão municipal e do empresariado local que também será importante aliado na construção do equipamento.
O Instituto Chico Neto Racing e a Plataforma Onze trabalham na mobilização e atração de novos patrocinadores para o empreendimento que podem entrar em contato pelo (83) 98711-6149. As duas entidades são paraibanas.
O Instituto Chico Neto tem projeto aprovado na Lei de Incentivo ao Esporte que possibilita doação de parte do imposto de renda de empresas, com isso, consegue atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, promovendo a inserção e a melhoria da qualidade de vida com escolinhas desportivas, no caso do kart, passam por simuladores, onde as crianças que se destacarem vão começar a ter aulas de kart indoor, e aquelas que continuarem se destacando serão escolhidas para competições em pista e o início da carreira patrocinada.
Segundo Fabrício Dora, a intenção é fazer do automobilismo que é um esporte de alto nível e investimento elevado, num esporte mais acessível para crianças em situação de vulnerabilidade social. “Quem sabe a gente não descobre aí um grande talento e que possa se tornar um referencial, abrindo caminhos para divulgar o esporte como importante instrumento de equidade social”, destacou.
Feliz coincidência ou não, o piloto cearense, radicado paraibano, Chico Neto, nome que leva o instituto social, mais uma vez protagoniza uma ação solidária, desta vez, na vida dos desportistas cariocas da cidade de Búzios-RJ.
A distância é só geográfica, mas muito próxima na irmandade e união de dois pilotos, hoje com doze anos, que serviram de exemplo, ainda na fase tenra da idade, aos nove anos, quando Pietro Nalesso, carioca de Búzios-RJ, impossibilitado de continuar correndo nas pistas do automobilismo por falta de condições financeiras, tocou o coração de Chico Neto, que ao perceber ser aquela, a última corrida do companheiro de pista, não hesitou em mover a família e amigos para a causa.
Segundo o vice-presidente do instituto, Caio Arruda, o automobilismo chega a ser um esporte de auto-custo, pois em média, por ano, o piloto pode desembolsar até R$ 200 mil.
Ainda criança, Chico Neto teve a cabeça de um gigante, ao comover primeiro o pai para captar recursos a fim de dar prosseguimento a carreira de Pietro Nalesso, e assim, a primeira proeza dele foi conquistada, o maior prazer segundo ele, bem maior do que subir nos pódios da vida e erguer as taças nas 35 corridas durante os cinco anos de disputas, desde os 7 anos de idade, das quais, 33 obteve o primeiro lugar.
O menino que pensava como adulto, após ajudar o colega de pista, mais uma vez se dirigiu ao pai, e disse que queria fazer isso na vida: continuar ajudando crianças na realização de sonhos, seja por meio do esporte ou outras iniciativas que pudessem alavancar a carreira de outras pessoas na sua faixa etária ou não.
E foi assim que nasceu o Instituto Chico Neto Racing em 2018, e hoje coleciona efetivas ações na vida não só de paraibanos, mas de pessoas que vivem até mesmo em situações de extrema pobreza na África, por meio da iniciativa Fraternidade sem Fronteiras.
Nesses três anos na Paraíba, o instituto já conseguiu atender mais de 200 crianças e adolescentes com escolinhas de kart, judô, surf, futebol de salão, entre outros, em bairros periféricos de João Pessoa. “O esporte tem ajudado não só na socialização das crianças, mas até mesmo em problemas de saúde, como déficit de atenção”, destacou Caio.
Em razão da pandemia, o instituto vem trabalhando de forma limitada e atende 80 crianças no bairro de Mangabeira com aulas de futebol de salão, mas a diretoria faz prognósticos que após a regularidade da situação sanitária do país, a meta é atender mais de 1.000 crianças e adolescentes com todos os projetos já planejados na área de esportes.
Para o público alvo do instituto é cobrado notas escolares, comportamento, além da assiduidade nas aulas escolares que está matriculado, e ainda compromisso e assiduidade nos projetos esportivos.
Para Fabrício Dora, Chico Neto é um menino fora da curva na sua faixa etária, pois é ele quem sempre toma as iniciativas do instituto, virou palestrante, continua estudando, mas vem paralelamente ajudando no desenvolvimento econômico e social de crianças e adolescentes.
Se para voar nas pistas precisou de talento e da ajuda dos pais, Chico Neto por meio do instituto prova que por meio da solidariedade é possível dar asas aos sonhos de quem busca uma oportunidade, seja para vencer nas competições de uma atividade desportiva, seja pra conquistar oportunidades no mercado, um duelo que nem sempre se encontra em situações de igualdade e disputa.
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