Empresário cobra ações dos governos para resolver problemas no sistema de transportes
O empresário Adalberon Wilson reconheceu a precariedade de funcionamento não apenas dos transportes coletivos, mas de todo o sistema envolvido e cobrou ações mais efetivas pelos governos federal, estadual e municipal, quanto à falta de faixas exclusivas para ônibus, bem como de planejamento e infraestrutura. “É determinante a atuação, sobretudo do DER, na solução desses problemas, que chegaram ao nível do insuportável, com a invasão de frotas de transportes clandestinos”, afirmou.
“Ou não é essa é a realidade ?”, indagou, lembrando que nos idos de 1984 a empresa Wilson que atende a população de Bayeux, possuía a melhor frota de ônibus da região metropolitana da Grande João Pessoa, com 10 dos 21 ônibus, novos. Ele acrescentou que quase 30 anos depois, 55% dos seus passageiros migraram para os mais de 1.500 veículos fantasmas e inseguros, conduzidos por motoristas sem registro, muitos deles que utilizam o serviço simultaneamente para tráfico de drogas e armas.
Clandestinos com placas frias
Ele se disse surpreso ainda com a série de medidas determinadas aos empresários de transportes coletivos pela justiça em ação civil pública proposta pelo Ministério Público estadual, através de realização de licitações, inspeções e fiscalizações do DER e Detran, enquanto nenhuma referência foi feita ao transporte clandestino de passageiros. “Inclusive, porque ficou consignado em audiência no inquérito civil público que antecedeu a ação, denúncias da prática de transporte clandestino de passageiros por veículos com placas falsas”, ressaltou.
Ao responder às cobranças de informações sobre lucros das empresas, ele recomendou aos interessados procurar o DER, onde as planilhas de custos se encontram disponíveis, repelindo assim as especulações sobre existência de “caixa-preta”. E atribuiu o preço da passagem às sucessivas gratuidades concedidas, além da redução imposta recentemente pelo poder público na maioria das cidades.
Passe livre
Adalberon também mostrou-se favorável ao passe livre para os estudantes, desde que apontada a fonte de subsídio. “Alguém tem que bancar essas gratuidades. Em São Paulo, o prefeito está repassando esse custo para a taxa de IPTU”, exemplificou.
Por fim, ele repudiou o apedrejamento de um dos ônibus que atende à população de Bayeux, fato ocorrido menos de 24 horas após líderes estudantis, representantes do setor e da sociedade civil, prefeito e vereadores terem discutido a situação dos transportes coletivos durante audiência pública na Câmara Municipal.
“Nada justifica atos de bárbarie como esse. Não é depredando o patrimônio, com ameaças à integridade física e vida de passageiros e motoristas que o problema será resolvido”, advertiu, ao lamentar que a maioria das pessoas que compareceu à Câmara para debater, tenha saído antes do término da audiência, às 13h30.
Assessoria
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