Em Família terá beijo lésbico no final, revela Manoel Carlos a atrizes
O primeiro beijo entre duas mulheres em uma novela da Globo já tem data para acontecer. Será entre 13 e 14 de julho, na última semana de Em Família. Na semana passada, Manoel Carlos revelou às atrizes Giovanna Antonelli e Tainá Müller, intérpretes de Clara e Marina, que recebeu aval da cúpula da Globo para escrever uma cena de beijo entre elas.
Apesar da repercussão positiva de Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso), de Amor à Vida, no primeiro beijo gay das telenovelas, a cúpula da Globo ficou temerosa em repetir a dose na atual novela das nove. Isso porque as primeiras pesquisas com telespectadores de Em Família mostraram um público dividido: uma parte torcia para o casal “Clarina”, como Clara e Marina vêm sendo chamadas nas redes sociais. Outra parte, mais expressiva, era contra.
A rejeição tinha uma explicação que extrapolava o preconceito. Torcer para Clara e Marina significava torcer pela destruição de um casal de comercial de margarina. Àquela altura, a personagem de Antonelli era casada com Cadu (Reynaldo Gianecchini), que estava doente. Cadu passou por um transplante de coração e agora está salvo. Mas novas sondagens da Globo mostraram que a maioria do público não quer ver duas mulheres se beijando como os héteros de novela fazem.
A solução encontrada pelo autor Manoel Carlos foi promover uma passagem de tempo e mostrar Clara já separada de Cadu e namorando Marina. Nesta semana, elas vão surgir como um casal, mas o público não verá o primeiro beijo.
O autor da novela vai passar os próximos capítulos explorando a dificuldade de uma mulher em “sair do armário” e se assumir. Clara vai temer a reação do filho, Ivan (Victor Figueiredo), e mais do que isso, a reação dos amigos do garoto.
Numa cena prevista para a terceira semana de junho, Clara e Marina estarão saindo de um cinema quando uma mãe de um amigo de Ivan as encontrará. Elas estarão de mãos dadas. Ao ver a mãe, Clara imediatamente soltará as mãos da namorada.
“Por que você soltou minha mão quando sua amiga apareceu?”, perguntará Marina após a mãe ir embora. “Foi espontâneo, fiz sem pensar”, responderá Clara. Marina perguntará se Clara tem vergonha da relação delas. “É que é novo pra mim andar de mão dadas por aí com você. E é cansativo ter que explicar minha vida inteira pra uma pessoa que eu nem tenho tanta intimidade”, justificará.
A demora no desenvolvimento do namoro entre Clara e Marina gerou muita reclamação dos fãs do casal. Há duas semanas, quando a novela completou cem capítulos, telespectadores foram às redes sociais afirmar que estavam sendo enrolados. Depois, a revelação de que a novela mostrará Clara e Marina juntas, mas sem beijos e carinhos explícitos, também foi muito criticada. Grupos de militância gay afirmaram que a novela é um retrocesso.
Com Clara e Marina, a Globo caiu em uma cilada que ela própria armou. O casal sofre rejeição da maioria conservadora, mas tem uma rumorosa torcida na internet, que todos os dias leva a trama para os trending topics do Twitter. Diferentemente de Torre de Babel (1998), as lésbicas não vão morrer. Terão um final feliz, como Niko e Félix. Mas só se beijarão na última semana. Até lá, carícias só se for o roçar de pernas debaixo da mesa de um restaurante ou no escurinho do cinema.
Portal do Litoral PB
Com Notícias da TV
Acompanhe as notícias do Portal do Litoral PB pelas redes sociais: Facebook e Twitter