Publicado em: 28 out 2014

‘Eleitor manda dois recados claros: mudança e reforma’, diz presidente Dilma Rousseff na 1ª entrevista após reeleição

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Em sua primeira entrevista exclusiva na TV brasileira, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou no Jornal da Record desta segunda-feira (27) que o eleitor manda dois recados diretos com sua reeleição: mudança e reforma. A presidente sugeriu mudanças na área econômica e recomendou “calma e tranquilidade” para o trabalhador brasileiro.

Questionada sobre a pequena diferença de votos que lhe deu a vitória sobre Aécio Neves (PSDB), Dilma afirmou que “toda democracia manda um recado de mudança numa eleição”.

— Uma reeleição é ainda mais um momento de mudança. Qual é o recado que o eleitor está mandando para você? “Eu acho que você acertou em umas coisas, mas você tem de melhorar, tem de fazer mais”. Acho que mandam dois recados claros: mudança e reforma. […] Vou buscar fazer as mudanças e reformas que o Brasil exige.

Economia

A presidente sugeriu mudanças na economia e prometeu conversar com “todos os setores” para entender a demanda de cada um. Em palavras claras, Dilma cravou: “mudanças serão feitas”.

— Acredito que a situação permite que a gente abra um espaço de diálogo, converse com todos os setores, veja quais são as propostas de mudanças que estão pauta de cada setor. Vamos cotejar isso com calma e vamos proceder as mudanças. O que eu estou te dizendo é o seguinte: mudanças serão feitas.

Dilma enviou um recado para os trabalhadores brasileiros.

— Eu não vou falar para o brasileiro para ele diminuir o seu consumo. Ele está empregado e ganhando o seu salário. Ele teve inclusive ganhos reais de salário. A minha mensagem é de calma e tranquilidade. O Brasil vai estar melhor do que está hoje. Isso é seguro. Eu farei todo o possível para que isso ocorra.

Questionada sobre a oscilação do mercado financeiro, Dilma explicou que “as bolsas americanas e europeias caíram e o mundo está enfrentando dificuldades”, mas admitiu que a queda foi mais acentuada no Brasil.

— É verdade que, no Brasil, [as ações] caíram mais, mas as medidas serão objeto de amplo diálogo com todos os setores. […] o caminho correto é de abertura de um diálogo. Temos de esperar o mercado se acalmar. Ele vai se acalmar.

Ministro da Fazenda

Nesta segunda-feira (27), o jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem de que o presidente executivo do Bradesco, Luiz Trabuco, é um dos principais nomes para assumir o Ministério da Fazenda, no lugar de Guido Mantega, em 2015. Dilma, porém, desconversou sobre a indicação de Trabuco para o cargo.

— Eu gosto muito do Trabuco, mas não acho que seja o momento nem a hora de compor o próximo governo. Eu não vou só discutir um ministro, vou discutir o meu ministério. Eu disse nesse segundo turno: governo novo, ideias novas. Vou com muita tranquliedade. […] Não tentem especular, porque não direi como farei. Estou no segundo dia após a reeleição. Não quero segregar ninguém. Entendo que a imprensa tenha a sua curiosidade, mas está cedo ainda.

Corrupção

A presidente também falou sobre os casos de corrupção na Petrobras e descartou enfrentar um “terceiro turno” no Congresso Nacional, onde a base aliada do governo ficou menor em relação a 2010.

— Não acredito em terceiro turno porque quem tentar estará fazendo um desserviço ao País. Uma eleição num País democrático ganha quem conquista a maioria. No que se refere ao escândalo da Petrobras, eu vou investigar, eu vou me empenhar, doa a quem doar, vai ficar pedra sobre pedra, e eu quero a todas as questões relativas as casos de corrupção às claras.

Dilma também criticou, mais uma vez, a reportagem da última edição revista Veja, que afirmava que ela própria e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabiam das irregularidades na Petrobras.

— Tenho uma indignação com o que fizeram nessa última semana de campanha. […] Eu tenho uma integral dedicação à coisa pública. Jamais em minha vida houve uma única acusação.

Após uma disputa acirrada nas urnas, Dilma foi reeleita no último domingo (26) com 54,5 milhões de votos — 51,64% do total. Aécio Neves (PSDB), derrotado nas urnas, recebeu 51 milhões — 48,36%.

R7




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