Dilma ensaia discurso para combater frustração na Copa
Um dia depois da derrota histórica da seleção brasileira contra a Alemanha, a presidente Dilma Rousseff disse compartilhar da dor dos torcedores, mas tentou dissipar nesta quarta-feira (9) o pessimismo resultante da partida.
Em entrevista à rede norte-americana CNN no Palácio do Planalto, Dilma afirmou que “reagir à derrota é a marca de uma grande nação”, numa linha traçada pelo governo para se contrapor ao clima negativo gerado pelo desempenho brasileiro.
A presidente disse que “nem em seu pior pesadelo” imaginava que veria uma derrota como a sofrida pelo Brasil na última terça-feira, mas ponderou: “Sei que somos um país que tem uma característica bastante peculiar: nós crescemos na adversidade”. A conversa faz parte de uma ofensiva traçada antes da derrota da seleção, que amargou um placar de 7 a 1 contra os alemães no Mineirão, em Belo Horizonte. Depois de iniciada a Copa e do aumento da aprovação popular ao torneio, a presidente passou a falar mais sobre o evento e criticar os que previam um fracasso.
Agora, Dilma e os estrategistas de sua campanha tentam avaliar o impacto, na campanha eleitoral, do vexame em campo. E discutem como reagir a ele.
Parte da entrevista exclusiva, concedida à correspondente-chefe da CNN para assuntos internacionais, Christiane Amanpour, foi ao ar nesta quarta à tarde. Outra metade, dedicada a assuntos internacionais e políticos, será transmitida nesta quinta, às 15h, na CNN International.
“As pessoas devem entender que, apesar de todas as adversidades, o fato é que o Brasil organizou e sediou uma Copa considerada por mim uma das melhores Copas. E isso é sobre tudo por conta da habilidade do povo brasileiro de ser hospitaleiro”, disse Dilma. O governo sabe que a derrota humilhante da seleção brasileira criará um mau humor no país, mas avalia que ele não recairá somente sobre a presidente, mas será dividido com todos os políticos.
Para minimizar este efeito negativo, Dilma e seus auxiliares buscaram, logo depois da derrota, fazer manifestações de apoio à equipe brasileira. “Não podemos ficar crucificando nossos jogadores”, diz um assessor presidencial.
Além disso, a estratégia palaciana será seguir mostrando que a Copa, na visão do governo, foi, sim, um sucesso. O fracasso aventado pela oposição na logística da Copa não aconteceu. O evento ganhou apoio da população e dos torcedores estrangeiros.
A presidente já vinha insistindo nessa linha ao longo das últimas semanas, quando afirmou que “os pessimistas perderam”.
Portal do Litoral PB
Com Folha Online
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