Criança morre afogada em cocheira no Bairro das Indústrias, em João Pessoa
Um menino de apenas 2 anos morreu afogado após cair em uma cocheira, estrutura utilizada para alimentar e fornecer água a animais. O fato aconteceu nesta sexta-feira (10) no Bairro das Indústrias, em João Pessoa.
De acordo com informações fornecidas pela Polícia Militar, os pais estavam dentro de casa quando perceberam um silêncio incomum. Ao procurarem pela criança, o pai encontrou o menino boiando na cocheira. A família entrou em desespero, e o Samu foi acionado imediatamente. Apesar dos esforços para reanimar a criança, que incluíram mais de uma hora de manobras de ressuscitação, o óbito foi constatado na Unidade de Saúde da Família Canaã, para onde o menino foi levado.
O caso ocorreu em uma propriedade que funciona como uma pequena chácara, onde a família criava gado. A estrutura da cocheira estava cheia de água, o que facilitou o afogamento.
O corpo da criança foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) para os procedimentos legais, enquanto a família aguarda a liberação para o velório e sepultamento.
O Afogamento no Brasil: Dados Alarmantes
De acordo com um estudo divulgado em 2024 pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), com base em dados de 2022, a cada 90 minutos, uma pessoa morre afogada no país. A pesquisa aponta que o afogamento é a segunda principal causa de óbito de crianças entre 1 e 4 anos e a quarta principal entre jovens de 5 a 24 anos.
O risco de morte por afogamento é significativamente maior entre os homens, que morrem, em média, seis vezes mais do que as mulheres. Além disso, cerca de 40% das mortes por afogamento ocorrem antes dos 29 anos de idade, com três crianças morrendo afogadas diariamente.
Águas Naturais e Riscos
A maior parte dos óbitos ocorre em águas naturais, como rios, lagos e represas, representando 70% das mortes. Crianças menores de 9 anos têm mais chances de se afogar em piscinas ou em residências, enquanto adolescentes e adultos correm mais risco em praias e corpos d’água naturais.
Os dados também destacam o aumento do risco durante o verão. Aproximadamente 41% dos afogamentos acontecem entre dezembro e março. As crianças que sabem nadar também estão em risco, especialmente devido à sucção de bombas em piscinas.
Afogamento: Um Problema de Saúde Pública
O afogamento é considerado um incidente, e não um simples acidente. Embora muitas mortes ocorram de forma inesperada, a prevenção é a melhor forma de tratar este problema. Estima-se que cada óbito por afogamento custe cerca de 210 mil reais ao Brasil, considerando os impactos econômicos e sociais.
Em áreas de banho sem guarda-vidas, o risco de morte por afogamento é 60 vezes maior. Além disso, a pesquisa aponta que, a cada 18 resgates realizados por guarda-vidas, 1 pessoa necessita de atendimento hospitalar, e, a cada 38 pacientes atendidos no hospital, 1 vem a óbito.
A Luta Contra a Endemia
Apesar dos números alarmantes, o Brasil tem conseguido avanços na redução das mortes por afogamento. Entre 1995 e 2022, a mortalidade por afogamento caiu 48%, o que indica progresso na conscientização e na prevenção de incidentes relacionados à água. No entanto, a região Norte do país ainda apresenta o maior risco de morte por afogamento.
Tanto o Batalhão de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros da Paraíba, quanto a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático continuam a trabalhar para aumentar a educação sobre segurança aquática e reforçar as políticas de prevenção. O Brasil ainda enfrenta um grande desafio, mas as medidas adotadas têm mostrado resultados positivos na redução dos índices de mortes por afogamento.
Redação
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