Crescimento de Marina Silva estanca dissidências do PSB nos estados
O crescimento da candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, fez com que as campanhas de Dilma Rousseff e de Aécio Neves congelassem possíveis tentativas de estimular dissidências entre os socialistas e possivelmente costurar acordos para o segundo turno nos estados.
Segundo levantamento realizado pelo Ibope, encomendado pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela TV Globo, Marina já aparece isolada na segunda colocação com 29% das intenções de voto. A presidente Dilma continua a liderar, com 34%, e Aécio caiu para a terceira posição (ele era o segundo na última pesquisa, considerando Eduardo Campos na disputa), com 19%. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos.
Nas duas campanhas, a avaliação é de que o momento deixou de ser propício para buscar uma reaproximação com o PSB, devido à euforia com o desempenho de Marina. A avaliação é de que, apesar dos embates internos do PSB que existem, os resultados de Marina fazem com que ninguém queira abandonar o barco, mesmo diante de arestas não resolvidas.
Na semana passada, enquanto o PSB lutava para esconder as resistências de membros históricos do partido à candidata, que acabaram escancaradas com a saída do coordenador-geral da campanha de Eduardo Campos, Carlos Siqueira, integrantes do governo e da campanha de Dilma buscavam retomar conversas com alguns governadores do PSB e outras lideranças estaduais.
Entraram na mira do governo os governadores do Amapá, Camilo Capiberibe; de Paraíba, Ricardo Coutinho, e do Espírito Santo, Renato Casagrande. Interlocutores próximos a Dilma chegaram a ligar ou mandar recados por meio de lideranças próximas aos três governadores, na intenção de tentar abrir os palanques para Dilma nestes estados.
Na Bahia, embora não haja uma articulação em andamento, até mesmo tucanos reconhecem que, se Marina Silva não for para o segundo turno, seria quase certo que Lídice da Mata conduziria o PSB para o lado petista.
Aécio
Já o candidato Aécio Neves procurou amigos no PSB de Minas Gerais, onde o partido defende a candidatura de Tarcísio Delgado ao governo por exigência de Marina, e no Mato Grosso do Sul. As negociações não avançaram e, pelo menos por enquanto, não devem ser retomadas, de acordo com a campanha tucana.
A grande preocupação da campanha tucana é que Marina seja vista como a única capaz de derrotar Dilma em um eventual segundo turno e por isso, atraia votos que seriam de Aécio. Parte dos tucanos também acredita que o crescimento de Marina nas pesquisas pode não parar com o fim da comoção pela morte de Campos no dia 13 de agosto.
No PSB, que até a semana passada estava cauteloso com a ideia de que o crescimento da candidata poderia refletir o momento de comoção com a morte de Eduardo Campos, o clima mudou.
“Não acredito mais em debandada com muitos apostaram. A gente tem chances reais de ganhar esta eleição”, disse o deputado federal Júlio Delgado, presidente do PSB de Minas Gerais e que era um dos principais interlocutores de Campos.
São Paulo
Apesar da confiança de Delgado, um outro fenômeno indica que dentro do PSB existe margem para novos arranjos nos estados. Ex-tucano e um dos principais articuladores de Marina, o ex-deputado Walter Feldman tem usado seu bom trânsito entre os ex-correligionários para buscar aliviar as tensões em São Paulo. Marina tensionou até o último momento para evitar que o PSB se coligasse ao PSDB e tem resistido à ideia de subir no palanque de Geraldo Alckmin.
Entretanto, com a possibilidade de ganhar a eleição no primeiro turno, Alckmin se transformaria num cabo eleitoral de luxo no segundo turno, já que não teria de gastar tempo em sua própria campanha, dedicando seus esforços eleitorais exclusivamente para a corrida nacional. No cenário atual, essa dedicação do governador paulista seria integralmente usada para ajudar Aécio o que, até tucanos no estado, consideram um erro estratégico de Marina.
IG
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