Publicado em: 4 ago 2014

‘Copa dos Goleiros’: destaques no Brasil, jogadores conseguem bons contratos com grandes clubes

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Kaylor Navas, Guillermo Ochoa, Cladio Bravo, David Ospina, Rais M’Bolhi… o que eles têm em comum? Todos brilharam embaixo das traves na última Copa do Mundo, no Brasil, receberam o reconhecimento como craque do jogo (alguns em mais de uma partida) durante a campanha das suas seleções e colheram o fruto das boas exibições no maior palco do futebol mundial com ótimas transferências nesta pré-temporada.

O último e, talvez, principal exemplo de como a Copa de 2014 rendeu frutos para a ‘posição mais ingrata do futebol’ vem da Costa Rica. Um dos três indicados a melhor goleiro da Copa – o prêmio ficou com o campeão Manuel Neuer, da Alemanha -,Keylor Navas acaba de ser anunciado como novo reforço do poderoso Real Madrid, atual campeão europeu. No Brasil, Navas foi o melhor em campo em três das cinco partidas da Costa Rica: o 0 a 0 com a Inglaterra, no encerramento da fase de grupos; a vitória sobre a Grécia, nas oitavas de final, e a derrota para a Holanda, nas quartas, os dois últimos jogos decididos nos pênaltis.

A ironia é que, jogando desde 2010 no futebol espanhol, primeiro no Albacete e, desde 2011, no Levante, da primeira divisão da Espanha, Navas precisou cruzar o Atlântico novamente e brilhar nos gramados brasileiros para despertar a atenção do Real Madrid. Ainda que chegue para ser reserva do ídolo espanhol Iker Casillas, o goleiro costarriquenho de 27 anos deve à Copa de 2014 a grande transferência da sua carreira.

Mas Navas não está sozinho na lista de goleiros que saíram da Copa com as luvas valorizadas:

Guillermo Ochoa (México) – Chegou ao Mundial de 2014 na insólita condição de desempregado, já que não teve seu contrato com o Ajaccio, da França, renovado. Mas o melhor jogador em campo no 0 a 0 com o Brasil, pela segunda rodada do grupo A, e na derrota por 2 a 1 para a Holanda, nas oitavas de final, nem precisou sacar o seguro-desemprego: aos 29 anos, Ochoa assinou, no início de agosto, um contrato de três anos com o Málaga, da Espanha.

Claudio Bravo (Chile) – Ao contrário dos dois anteriores, não chegou a ser eleito o melhor em campo nos quatro jogos da seleção chilena na Copa. Nem por isso deixou de chamar a atenção. O goleiro de 31 anos trocou o Real Sociedad, da Espanha, pelo poderoso Barcelona, anunciado como reforço no dia 18 de junho, ainda durante a primeira fase da Copa, e curiosamente no dia em que o Chile derrotou a Espanha por 2 a 0, no Maracanã, decretando a eliminação antecipada da então campeã mundial.

David Ospina (Colômbia) – Outro goleiro que não ganhou prêmio individual na Copa – seus compatriotas James Rodríguez e Jackson Martínez não deixaram – mas também deixou sua marca. Aos 27 anos, Ospina deixa o Nice, da França, para defender o Arsenal com um contrato de quatro anos, em sua primeira experiência no futebol inglês.

Rais M’Bolhi (Argélia) – O goleiro que fez a Alemanha passar sufoco para se classificar para as quartas de final, com uma vitória por 2 a 1 na prorrogação, saiu de campo com o prêmio de craque da partida e, no fim de julho, trocou o CSKA Sofia, da Bulgária, pelo Philadelphia Union, dos Estados Unidos.

Sergio Romero (Argentina) – Eleito o craque da partida na vitória nos pênaltis sobre a Holanda que levou a Argentina para a final da Copa do Mundo e indicado ao prêmio de melhor goleiro da competição, Romero não chegou a ser contratado, mas seu retorno à Sampdoria, após um ano tenebroso de empréstimo ao Monaco, onde era reserva, pode ser visto como um recomeço na carreira, aos 27 anos.

Outros três goleiros foram escolhidos como o melhor em campo na Copa, mas não tiveram mudanças significativas na carreira após a Copa. O americano Tim Howard, o craque no empate em 2 a 2 com Portugal e dono do recorde de defesas em um jogo de Mundial, com 16 intervenções na derrota para a Bélgica, quando também foi premiado, renovou, em abril, seu contrato com o Everton, até 2018. O veterano italiano Gianluigi Buffon, aos 36 anos e eleito o craque da derrota da Azzurra para o Uruguai, na primeira fase, não tem motivo para deixar a Juventus, onde é o maior ídolo da atual equipe. Só o brasileiro Júlio César, premiado na vitória sobre o Chile, nos pênaltis, nas oitavas de final, ainda luta para se erguer no cenário internacional. Com o fim do empréstimo para o Toronto, do Canadá, só tem duas opções: encontrar novo clube ou retornar para o modesto Queens Park Rangers, que acaba de retornar para a primeira divisão inglesa.

Portal do Litoral PB

Com O Globo




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