CARTÃO AMARELO!
MARCOS SOUTO MAIOR (*)
Sou assíduo em partidas de futebol, seja nos estádios ou através das inúmeras emissoras de televisão, até porque o brasileiro é de temperamento impulsivo e fiel as suas maiores festas mundialmente conhecidas: o carnaval e os campeonatos brasileiros além, claro, da quase incondicional paixão pela nossa fracassada seleção, que nos obrigou a engolir os sete a um para os folgados alemães, que ninguém ainda esqueceu, de tanta vergonha no solo verde-amarelo! Aliás, a maioria absoluta dos brasileiros pediu o cartão vermelho para expulsar Felipão, então treinador da seleção canarinha. Muitas vezes, confundimos o barulho, ao rolar a bola em campo balançando as arquibancadas e cadeiras, com o som das mobilizações, pelas ruas e praças de todos os Estados, do povo sofrido com repúdio à enganação praticada pelos poderes estatais que não governam!
Neste memorável domingo de sol, em todos os recantos do Brasil, quando pendia possibilidade de muita chuva, principalmente nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, o chamamento popular fora atendido em massa, sob os beneplácitos de São Pedro que, com sua memorável chave presa ao eterno cinturão, proporcionou à gente boa brasileira, sem nada receber de vantagens, o direito de gritar, pacificamente, contra a corrupção e um desgoverno que perdeu o ritmo e a credibilidade da maior parte de seu povo.
Diferente da anterior mobilização petista, esta fora completa e até sofisticada, em todos os sentidos, desde a oferta de serviços de ônibus para deslocamento aos pontos marcados, complementando com os repetidos sandubas de mortadela e tutti-frutti oferecidos à vontade, e, finalmente, um diariazinha suplementar de R$ 35, para qualquer destinação, esta ironicamente batizada de “Bolsa Protesto a Favor” para destacar das demais concedidos pelo sistema governista federal. No final de tudo, os resultados das duas mobilizações mostraram que, somente em São Paulo, na Avenida Paulista, sua principal via, a rua fora lotada com mais de duzentas mil pessoas gritando alto “fora, Dilma”, conforme dados disponibilizados pela Polícia Militar.
Aí vem a questão importante, retratada no que simboliza o famigerado cartão amarelo de qualquer esporte, também significando uma ameaça pública a quem foi eleito num pleito nacional, de qualquer jeito, facilitando a corrupção estabelecida em setores conhecidos pelo nosso país e pelo mundo todo! Os bilhões desviados da verba pública, que, dizem, foram parar nas mãos de pessoas vinculadas ao governo, são suficientemente palpáveis para admitir o primeiro cartão amarelo dirigido à presidenta Dilma Rousseff, que se fechou em copas no Palácio do Planalto, não imaginando a vontade reiterada do povo na possibilidade de um próximo segundo cartão amarelo, sendo mais que possível que ela recaia na punição detestável do final cartão de cor vermelha. Sub censura, nossa presidenta ainda sonha com o início de seu segundo mandato, sendo a primeira mulher a sentar no trono republicano brasileiro, com imenso território e riquezas sem limites. Contudo, apareceram rios de petróleo que derramam, há tempos, e voltaram para o mesmo mar que os jorrou, com muito esforço, conduzido aos bolsos de companheiros inescrupulosos que não voltam mais… O sol abriu forte, o tempo passou, o sono chegou e o castigo foi merecido: FORA, DILMA!
(*) Advogado e desembargador aposentado
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