Candidatos da oposição se fortalecem, diz cientista político
Juntos, os dois caminham, com perspectiva de crescimento nas pesquisas, para derrotar a candidata do PT, a presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição.
Segundo ele, Marina tem mais potencial para capitalizar os votos dos eleitores insatisfeitos com a política brasileira, especialmente daqueles que foram às ruas protestar contra a má qualidade dos serviços públicos.
Marina entrou na disputa após a trágica morte de Eduardo Campos, em 13 de agosto. Até então vice de Eduardo, Marina foi alçada na semana passada à condição de candidata à Presidência.
Kramer diz que ela deve preparar um documento se comprometendo a manter as bases da economia, como meta de inflação. Trata-se da chamada Carta aos Brasileiros – adotada pela primeira vez por Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, quando se elegeu presidente.
Em entrevista ao blog, Kramer falou que a população perdeu a paciência com os candidatos “postes”, aqueles que nunca disputaram uma eleição, mas tem um padrinho político com alta popularidade, principalmente com “o maior poste de todos, que se chama Dilma Rousseff”.
Paulo Kramer, cientista político da Universidade de Brasília
Quem o senhor arriscaria dizer que vencerá as eleições após a morte do Eduardo Campos?
A coisa está caminhando para um empate, sendo que eu vejo a oposição (Marina e Aécio) com um viés de alta e a Dilma com um viés de baixa.
Qual o impacto da morte do Eduardo nas candidaturas de Aécio Neves e Dilma Rousseff?
Foi a projeção da Marina Silva para o primeiro plano da disputa. Ela começa a campanha com um patamar de intenções de voto muito superior às intenções do Eduardo. Basicamente, Marina chega como dona de todos aqueles votos que conseguiu nas eleições de 2010. Uma parte razoável desses votos é constituída daquelas pessoas que não sabiam em quem votar.
O que Aécio e Dilma precisam mudar em suas campanhas com a entrada de Marina Silva?
No caso do Aécio, ele precisa mostrar que tem propostas boas e reúne condições políticas, pela tradição familiar e pela experiência pública, que o ajudarão na realização de suas propostas. No caso da Dilma, ela vai ter que apelar para a questão da experiência, que não foi muito bem sucedida. Além disso, ela pode fazer certo terrorismo, mas sem exagerar na mão. Tem que plantar na cabeça do eleitorado que a Marina é uma candidata com visão utópica, que se recusa a fazer acordos. Mas eu acho que essa política não funcionará.
Portal do Litoral PB
Com O Globo
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